segunda-feira, 29 de junho de 2009

LA VOCE PERFORMANTE
O poeta Enzo Minarelli, que tem feito um excelente trabalho não apenas como poeta sonoro mas também como teórico (é o autor do Manifesto da Polipoesia e de livros sobre este movimento poético) e divulgador da poesia sonora lançou agora mais uma colectânea, desta vez sob a forma de um CD intitulado “La Voce Performante”, editado pelo Archivio 3 Vitre di Polipoesia.
Segundo Minarelli este CD “apresenta uma ampla visão de todos os poetas que fizeram da voz, da oralidade, da vocalidade e da vocoralidade o seu campo de batalha”.
A presente obra, rara porque recolhe num único CD vozes históricas da experimentação de Novecentos até aos poetas contemporâneos, reúne gravações de 50 autores desde Marinetti, Hugo Ball, Raoul Housmann, Kurt Schwitters, James Joyce, Ezra Pound, Isidore Isou, Pierre Garnier, Henri Chopin, François Dufrêne, Bernard Heidsieck, Bob Cobbing, John Giorno, Philip Glass, Allen Ginsberg, Lawrence Ferlinghetti, Adriano Spatola, Maurizio Nannucci, até Laurie Anderson, Anna Homler, David Moss, Jaap Blonk, Serge Pey, Xavier Sabater, Endre Szkárosi, Nobou Kubota e Mark Sutherland, Philadelpho Menezes, Bartolomé Ferrando e Llorenç Barber, Clemente Padin, Fernando Aguiar, Rod Summers, Julien Blaine, Ide Hintze e Enzo Minarelli.
Para mais informações contactar a editora 3Vitre Archivio di Polipoesia info@3vitre.it

domingo, 21 de junho de 2009

OS SURREALISTAS
O colectivo multimédia Perve decidiu comemorar o 60º aniversário da exposição que em 1949 teve lugar na sala de projecções da Pathé Baby, promovendo a mostra “Os Surrealistas – Ciclo de celebração dos 60 anos da 1ª exposição do Anti-grupo Surrealista Português”, que inaugurou no dia 18 com a presença de Artur do Cruzeiro Seixas, precisamente na mesma sala onde Mário Cesariny, Pedro Oom, Risques Pereira, António Maria Lisboa, Carlos Eurico da Costa, Mário Henrique Leiria, Cruzeiro Seixas e outros autores realizaram a referida exposição.
Esta homenagem não se resume à exposição na Pathé Baby, já que “pretende criar uma dinâmica criativa abrangente fomentando o cruzamento das várias disciplinas artísticas, como que uma interpretação do “gesto” realizado à 60 anos pelo grupo de artistas que formaram o Anti-grupo “Os Surrealistas”.
Na Perve Galeria é apresentada a exposição “Surrealismo Abrangente” com obras realizadas em anos posteriores às exposições do Anti-grupo, incluindo obras destes e de outros artistas como Eurico Gonçalves, António Quadros, Gonçalo Duarte, José escada, Mário Botas, Natália Correia, etc.
As exposições “Revisitação” e “In-Situ” patentes respectivamente na R. dos Remédios Nº 98 e no edifício da Junta de Freguesia de Stº Estêvão, em Alfama, apresentam uma selecção de obras de artistas contemporâneos que “revisitam o gesto precursor de “Os Surrealistas”, criando obras e instalações que buscam a recontextualização/releitura do Surrealismo em Portugal”. Entre os artistas participantes estão Chris Hales, Stanislav Miler, Gabriel Garcia, Manuel João Gomes, Fernando Aguiar, João Garcia Miguel, Ricardo Casimiro, Eva Alves, Inês Marcelo Curto, Nuno Espinho e Cabral Nunes.

terça-feira, 16 de junho de 2009

JORNAL DE LETRAS,
ARTES E IDEIAS
Apesar de não ter sido, sequer, informado desta utilização, não deixou de ser agradável ver um dos meus poemas visuais publicado na edição de 20 de Maio do Jornal de Letras, a ilustrar o artigo “Cédula Pessoal” de José Luís Peixoto.
Este poema, da série “Calligraphies”, foi realizado em 2006 em Diamantina, uma cidade mineira com um lindíssimo centro histórico de estilo colonial, durante a minha participação no 38º Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais.
O “JL” tem-se caracterizado por, ao longo destes últimos 24 anos, ter ignorado quase que sistematicamente tudo o que diga respeito à poesia concreta, experimental ou visual, apesar dos artigos que dedicou a Ana Hatherly, ou das colaborações de Alberto Pimenta e de E. M. de Melo e Castro que, apenas de um modo transversal e irregular se referiram a este tipo de poética.
Das raras vezes que o “JL” abordou esta temática foi no Nº 145, em 1985, quando o Luiz Fagundes Duarte e eu próprio organizámos um dossier intitulado “POESIA VISUAL: É PRECISO MEXER COM A PALAVRA”.
Dossier que abrangeu 5 páginas, incluiu um balanço sobre o movimento de Luiz Fagundes Duarte, e textos de Ana Hatherly, António Aragão, Fernando Aguiar e de Silvestre Pestana. Uma das páginas intitulada “Visoemas” incluiu obras de Abílio-José Santos, Antero de Alda, António Barros, E. M. de Melo e Castro, Fernando Aguiar, José-Alberto Marques e Silvestre Pestana.

Fernando Aguiar, "Calligraphy", 2006

terça-feira, 9 de junho de 2009

MINIMAL POEMS (II)
O poeta canadiano Derek Beaulieu, um dos editores da revista “Filling Station”, convidou-me para fazer um “chapbook” com poemas visuais na sua Nº Press.
Enviei-lhe uma série de pequenos poemas que não tinham sido incluídos no livro “Minimal Poems”, publicado em 1994 pela editora alemã experimentelle texte, de Siegen, entretanto desactivada. O Derek seleccionou e organizou-os como entendeu, resultando um pequeno mas bonito livrinho de 16 páginas, com uma tiragem de apenas 30 exemplares manufacturados.
Estas pequenas edições alternativas são bastante comuns no Canadá, onde muitas vezes são produzidas verdadeiras obras de arte. Ao longo dos anos conheci várias destas “small” editoras que publicam sobretudo trabalhos com uma forte componente visual, sem qualquer procura da parte do público leitor, excepto o especializado e amante destas “preciosidades” bibliográficas. Felizmente tenho várias dezenas de obras com estas características na minha colecção de poesia visual.
Sem me ter informado, o Derek Beaulieu intitulou o livro de “Minimal Poems”, ao que eu lhe acrescento o (II), considerando o livro já publicado na Alemanha com esse título. Enfim, falha minha, que devia ter previsto essa coincidência… resta acrescentar que estes poemas foram escritos entre Dezembro de 1990 e Janeiro de 1991.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

BELLAMATAMÁTIC
A Bellamatamátic é uma máquina de venda de objectos culturais instalada permanentemente no Matadero Madrid, um gigantesco matadoro desactivado e adptado para servir como Centro Cultural para todos os géneros de actividades artísticas contemporâneas.
Os produtos que a Bellamatamátic tem à venda são edições de poesia experimental, visual, géneros poéticos inclassificáveis, CD's de poesia sonora, para além de livros e calálogos editados pelo Matadero Madrid.
Diego Ortiz e Pepe Murciego, os editores da revista La Más Bella e idealizadores da Bellamatamátic mudam regularmente o seu conteúdo em função dos programas temáticos propostos para a sua dinamização, o que acontece com regularidade.
Normalmente são convidados dois artistas, um para fazer uma instalação em torno da Bellamatamátic e outro para fazer uma performance.
Para o dia 22 de Maio foram convidados Óscar Mora, que realizou uma bem humorada instalação envolvendo a referida "Bella", e eu que apresentei um recital perfopoético, procedido de uma "Água de Valência" que, ao que percebi, continha sumo de laranja, champanhe, licor, etc... mas que sabia bem.
Então, as fotos da praxe...
Pepe Murciego e Diego Ortiz
Instalação de Óscar Mora
Recital Perfopoético de Fernando Aguiar