segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011


10x10+1.ACCIÓN


J. Jesús Sanz, coordenador da Bienal Ex!Poesia (na sua terceira edição) e do colectivo L.U.P.I. (La Única Porta a la Izquierda), é o editor do livro “10x10+1.ACCIÓN – Performance en la Península Ibérica”, organizado por Javier Seco Goñi e por Yolanda Pérez Herreras.

Como o subtítulo indica, o livro pretende dar uma visão da performance em Portugal e em Espanha, com um destaque substancial para a intervenção castelhana, não apenas porque a performance está muito mais difundida, com Festivais e espaços dedicados à performance em diversas cidades espanholas, como porque sou o único participante português no livro e com um texto onde me refiro apenas à performance poética.

Com um texto de apresentação de Bartolomé Ferrando, 10x10+1.ACCIÓN está dividido em três partes. A primeira contém textos de Isidoro Valcárel Medina, José Luis Campal, Fernando Aguiar, Javier Seco Goñi e de Yolanda Pérez Herreras.

A segunda parte é constituída por entrevistas a Belén Cueto, Esther Ferrer, Hilario Álvarez, Isabel León, Joan Casellas, Nelo Vilar, Nieves Correa, Pepe Murciego, Colectivo MAE e Los Torreznos.

O que considero como uma terceira parte, é o DVD inserido no livro com performances de cerca de 40 autores, a maior parte dos já referidos e ainda Analia Beltrán, Antonio Gómez, Ad Hoc, M.A.E., Gustavo Vega, Manuel Almeida e Sousa, Nel Amaro, Paco Nogales, Beatriz Albuquerque e Sergi Quiñonero.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

POESIA EXPERIMENTAL PORTUGUESA


Depois de ter sido apresentada nos Paços da Cultura em S. João da Madeira, em Março de 2009, inaugura hoje na Biblioteca Municipal da Póvoa do Varzim, a exposição “POESIA EXPERIMENTAL PORTUGUESA” com obras da Fundação de Serralves.

Segundo o Diário de Notícias do dia 15 “Poesia Experimental Portuguesa reúne obras da colecção de Serralves de artistas portugueses que, a partir dos anos 60, redefiniram o texto como objecto artístico, como Ana Hatherly, António Aragão, António Barros, Ernesto Melo e Castro, Fernando Aguiar, Salette Tavares e Silvestre Pestana.

A exposição é comissariada pelo director do Museu de Serralves, João Fernandes, no âmbito do projecto Encontro de Escritores Correntes d’Escritas.”

Como não foi enviado aos poetas participantes o convite para a inauguração, não sei até quando é que a mesma estará patente. A falta de envio do convite para as inaugurações das exposições aos artistas representados nas mesmas, parece ser uma moda recente, já que também não recebi convite para a exposição “Abstracção – Arte Partilhada, da colecção do Millennium BCP, inaugurada no passado dia 19, em Oeiras…

Em baixo deixo dois dos meus poemas visuais e uma instalação que pertencem à colecção do Museu de Serralves e que, provavelmente, estarão expostos.


Fernando Aguiar, "Portugal", 1978


Fernando Aguiar, "Sete Mil e Quinhentos", 1978


Fernando Aguiar, "Projecto de Salvação do Mundo", 1983


sábado, 19 de fevereiro de 2011



ABSTRACÇÃO


Depois da Sociedade de Belas-Artes em Lisboa e da Casa-Museu Teixeira Lopes, em Vila Nova de Gaia, é a vez de Oeiras ver a exposição ABSTRACÇÂO - Arte Partilhada, constituída por obras de arte abstracta da colecção do Millennium BCP, que inaugurou ontem no Centro Cultural Palácio do Egipto, com a presença do Presidente da Câmara de Oeiras e do Presidente do Millennium BCP.

Organizada por Raquel Henriques da Silva, a ABSTRACÇÂO - Arte Partilhada integra nomes históricos na pintura abstracta em Portugal, como Helena Vieira da Silva, Manuel Cargaleiro, Mário Cesariny, Paula Rego, António Areal, Artur Bual, Júlio Pomar, Nikias Skapinakis, Nadir Afonso, Ângelo de Sousa ou Jorge Pinheiro, até pintores que apareceram posteriormente como Teresa Magalhães, Justino Alves, António Palolo, Fernando Aguiar ou Pedro Casqueiro.

Segundo o “Jornal de Oeiras” na edição de 15 de Fevereiro, a exposição “constituída por setenta obras do abstraccionismo português, que promete surpreender os visitantes com uma arte geométrica, figurativa e informal. Uma selecção cuidada e pertinente que coloca à disposição dos olhares os clássicos do abstraccionismo que irrompeu em Portugal na década de 30”.

As minhas 3 pinturas estão na foto em baixo, e a exposição poderá ser visitada até ao dia 30 de Abril, de terça a domingo, das 11.30 às 18.00 horas.


Fernando Aguiar, 1976 - 1982

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011



THIS IS VISUAL POETRY
BY FERNANDO AGUIAR


Nada melhor para assinalar o 4º aniversário d’ “O CONTRÁRIO DO TEMPO” que hoje se celebra, do que falar da recente edição de “This is Visual Poetry by Fernando Aguiar”, pela chapbookpublisher de Dan Waber, em Kingston, nos Estados Unidos.

Dan Waber tem publicado diversos poetas experimentais internacionais na sua colecção de chapbooks, pequenos livrinhos com apenas 16 páginas impressos digitalmente a cores, e que têm todos os mesmo título: “This is Visual Poetry by…”.

Dos diversos poetas publicados destaco Bill DiMichele, Nico Vassilakis, Karl Kempton (director da histórica revista “KALDRON” (1976-1990) da qual na capa de uma das suas últimas edições publicou o meu poema “Desbravando os Caminhos do Texto”), Carol Stetser, Scott Helmes, Bob Grumman, Sheila E. Murphy, Jonh M. Bennett, Marilyn R. Rosenberg, Spencer Selby (a nata dos poetas visuais norte-americanos), mas também os europeus Klaus Peter Denker, Luc Fierens, Carla Bertola, Ruggero Maggi, Miguel Jimenez, Enzo Minarelli, e o canadiano Derek Beaulieu, entre os cerca de 70 autores já editados.

Os 17 poemas visuais incluídos em “This is Visual Poetry by Fernando Aguiar” abrangem um período de cerca de 20 anos, desde o final dos anos 80 até 2006, alguns deles inéditos, como é o caso dos que estão reproduzidos em baixo.

O chapbook custa 10 dólares (cerca de 7,30 €) e pode ser encomendado através do site: http://thisisvisualpoetry.com/?p=928



Fernando Aguiar, "Constelação Poética 7", 1989

Fernando Aguiar, (sem título), 1989

Fernando Aguiar, "K", 1996

Fernando Aguiar, "Tríptico", 2006

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011


POLIPOESIA

Refiro hoje a obra mais recente de Enzo Minarelli, um amigo de longa data e de vários Festivais em comum. Assim de cabeça, pelo menos Bolonha, Cidade do México, Barcelona, Porto, Maastricht, Parma, Reykjavik, Cascais, Medellín…

Com uma belíssima capa “tridimensional” onde está inserido um CD com poemas de 24 poetas, com tradução e posfácio do Prof. Frederico Fernandes, a EDUEL – Editora da Universidade Estadual de Londrina, no Brasil, publicou um importante livro deste poeta italiano intitulado “POLIPOESIA – entre as poéticas da voz no século XX”.

O livro aborda diversos aspectos das sonoridades poéticas, desde os manifestos da poesia sonora de Isidore Isou, Pierre Garnier ou de Henri Chopin, até à musicalidade da palavra, da expressividade física e vocal do poeta ao uso da tecnologia, Enzo Minarelli é também o autor da designação “Polipoesia” que se disseminou internacionalmente, referindo-se ao trabalho dos poetas contemporâneos que potencializam os seus poemas através da vocalização, da fonética, da performatividade do corpo e da inclusão da tecnologia nas suas apresentações.

Aliás, sob o este conceito, organizaram-se já Festivais em diversos países como, por exemplo, o Festival de Polipoesia em Barcelona, organizado pelo poeta Xavier Sabater, o Polypoetry Festival, em Budapeste, organizado por Endre Szkárosi, o Polypoetry Festival em Maastricht, de Rod Summers, ou o The World Music Polypoetry Festival, que decorreu no Reykjavik Art Museum, na Islândia.

Ao longo do livro com 216 páginas é abordada ou referida a obra de 104 poetas internacionais, como Adriano Spatola, Bartolomé Ferrando, Bob Cobbing, Charles Dreyfus, Claudio Pozzani, Eric Andersen, Ezra Pound, Hugo Ball, Ide Hintze, Isidore Isou, James Joyce, Jean Jaques Lebel, Joan Brossa, Judith Offberg, Kurt Schwitters, Lorenç Barber, Mark Sutherland, Massimo Mori, Robert Wilson, Roi Vaara, Samuel Becket, Sarenco, Seiji Shimoda, Tomaso Binga ou Wladyslaw Kazmierczak.

Também referidos no livro e com obras sonoras incluídas no CD, onde cada autor interpreta os seus próprios poemas, estão (pela ordem de apresentação) Fernando Aguiar, Nanni Balestrini, Julien Blaine, Jaap Blonk, Henri Chopin, John Giorno, Bernard Heidsieck, Dick Higgins, Anna Homler, Philadelpho Menezes, Enzo Minarelli, Serge Pey, Mimmo Rotella, Xavier Sabater, Rod Summers e Endre Szkárosi.


domingo, 6 de fevereiro de 2011



SAEMANGEUM
FLAG ART FESTIVAL 2010

A convite de Jin-Sup Yoon, crítico de arte e professor na Universidade de Honam, participei num Festival de Bandeiras Criativas, na Coreia do Sul onde, num imenso espaço vazio (que eu penso ser o local de uma nova e tecnologicamente avançada cidade criada de raiz), foram colocadas várias dezenas de milhares de bandeiras, muitas idealizadas por grupos coreanos resultando em enormes construções/instalações com o recurso apenas a estruturas metálicas e a bandeiras.

Nas várias secções do Festival, uma delas foi dedicada às bandeiras (verticais) criadas por 50 convidados estrangeiros de uma trintena de países. A minha bandeira foi feita a partir da imagem que está em baixo.

Refiro alguns nomes deste grupo, já que não vale a pena mencionar os artistas das restantes secções coreanas e asiáticas, nem os das inúmeras bandeiras com poemas escritos em coreano. São Aldo Castillo, Enilio Morales, Gloria Loya, Ina Bainova, Joaquim Falco, Leda Maria Prado, Marcela Navea, Maria Bonomi, Marisa Marconi, Paulo Von poser, Richard Godfrey e muito outros, desconhecidos em terras lusas.

A propósito do Festival, realizado em Maio de 2010, foi editado um excelente catálogo de 100 páginas, com reproduções das obras dos artistas convidados, das instalações criadas com bandeiras e da cerimónia de inauguração.

O Festival tem um site que, infelizmente, não é muito elucidativo, sobretudo se o compararmos com as imagens que vêm impressas no catálogo. Ainda assim, aqui fica: http://www.flagfestival.kr/


Fernando Aguiar, "Calligraphy" 2006

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ANTOLOGIA DE OURO


Regina Mello e o seu Museu Nacional de Poesia terminaram o ano de 2010 em beleza com a publicação da ANTOLOGIA DE OURO, numa edição da Anomelivros.

Nas palavras de Regina Mello, “O Museu Nacional da Poesia é um museu sem forma e sem bordas, um museu que existe através de ações, criado em Fevereiro de 2006”…”e para marcar seu ano V cria a Antologia de Ouro Museu Nacional de Poesia reunindo poetas de todo o Brasil de mãos dadas com poetas de países de língua portuguesa.”

Com um bonito design e uma elegante capa, a antologia inclui dois poemas de cada um dos 60 poetas participantes, entre os quais Angela Togeiro, Antônio Dayrell, Belkiss Diniz, Brisa Marques, Carmen Vieira, Cassia Veloso, Clevane Pessoa, Domingos Manzzilli, Fernando Aguiar, Jô Rodrigues, José Ribeiro, José Moreira, José Marto, Jussara Santos, Lu Peçanha, Luiz Edmundo, Marcos Fabrício, Marcus David, Mário Chagas, Mario Rufino, Olga Valeska, Ronaldo Werneck, Wilmar Silva e Zelia Fonseca.

P.S. - A figura da capa está impressa a dourado, tal como as letras, mas por ter sido gravada em baixo relevo, o scanner “importa” a imagem a negro.


UM ESPAÇO DE TEMPO NUM TEMPO SEM ESPAÇO


 Para o Augusto de Campos


neste decurso de tempo que se mantém a compasso
um outro espaço invento, mas que nem sempre enlaço
que respira no pensamento e num suspiro repasso
que sacudo no instante, em momentos que ameaço.


em toda a razão que sustento perspectivo o embaraço
na separação que intento, causo o soltar do estilhaço
retomo o conceito do sopro, reponho no ar o cansaço
de fazer, do não ter, e de querer ser num só traço.


no limite, o proceder, o sedimento que amordaço
o fazer tudo valer, num sentido que trespasso
a frustração do ter que ser no desmembramento do aço
que sem senso e contra o vento se encerra no regaço.


do tanto que em vão perco, de tudo o que não faço
na recusa em ficar parado nem que seja um pedaço
na precisão do que tenho, que é sempre tão escasso
e por muito que não queira, destruo a cada passo.


desesperar o que penso que pressupõe o fracasso
no momento olhar o laço que me consome e desfaço
resultando num percalço, a derrota que estéril abraço
tornando o espaçotempo no sentimento que retraço.