quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

FERNANDO AGUIAR

PELOS CONTORNOS DA LUZ

CENTRO CULTURAL RAIANO
Idanha - a - Nova
2 de Fevereiro a 25 de Março 2007
“MONTES CLAROS”
O conjunto das 47 fotografias é uma selecção dos cerca de 120 estabelecimentos comerciais fotografados no centro de Montes Claros, no Brasil, durante a minha participação no "PSIU POÉTICO - Salão Nacional de Poesia" que se realizou nesta cidade do interior mineiro. O intenso movimento do dia-a-dia não permitia perceber o “design” exterior das lojas, sobretudo porque de portas abertas e com os produtos a acumularem-se muitas vezes junto às paredes, tornava-se imperceptível a saturação de palavras e de frases curtas, como a designação das lojas, marcas comerciais, serviços prestados, etc., com uma estética tão característica que só mais tarde, num domingo e no feriado que se lhe seguiu, consegui descobrir. Nesses dois dias, com o comércio encerrado e as ruas desertas, pude então constatar e registar fotograficamente a profusão desta “escrita” e de uma certa desordem (ou melhor, de uma ordem de certo modo desordenada) na organização do “lettering” que se acumulava nas paredes, nas portas, nos portões de metal e no espaço envolvente, repletos de palavras, de onde emergia uma curiosa visualidade poética que afinal estava de acordo com aqueles dias inteiramente dedicados à poesia, e que a cidade já se habituara a viver. Até porque Monte Claros, ao que parece, é a única cidade brasileira que instituiu o Dia Municipal da Poesia.

“MONTES CLAROS”, 2005, 56 x 71,2 cm ( cada fotografia )

"INSTALAÇÕES"
“FAZER PELA VIDA”, 2005-06, 210 x 653 cm

“TGV LIGHT”, 2005-06, 1800 x 190 cm
“SONETO DO TGV LIGHT”, 2005-07, 280 x 660 cm
"VIDEOS"

(Videos realizados com a colaboração de Vitor Pinhão, Paola Rettore e Marcelo Kraiser)

"POEMA NA PEDRA"

"POEMAS NA PEDRA" é a designação genérica de vários pequenos poemas esculpidos em granito e que estão a ser gravados manualmente em pedras dispostas nas imediações do Centro Cultural Raiano. O único destes poemas colocado no Centro Cultural tem como título "Sempre..." e é dedicado ao poeta Bartolomé Ferrando

"SEMPRE...", 2004-2007, 120x90 cm (dimensões aproximadas)
"SONETO ECOLÓGICO II"
O “SONETO ECOLÓGICO II”, a ser concretizado durante a exposição, é uma obra de Land-Art que terá cerca de 50 x 18 metros. É um poema sobre a natureza “escrito” com elementos da própria natureza: as árvores. Trata-se de uma instalação ambiental constituída por 70 árvores organizadas por 14 filas com 5 árvores cada uma, que correspondem aos 14 versos da estrutura do soneto, distribuídas por duas quadras e por dois tercetos. É um soneto vivo, que respira e que se vai modificando visualmente porque está em permanente crescimento e transformação. Este projecto, que inicialmente era para ser realizado numa das salas do Centro Cultural Raiano, (com cerca de 1500 x 500 cm ) está a ser concretizado no exterior, à semelhança do “Soneto Ecológico” plantado em 2005 em Matosinhos, que com 110 x 36 metros, é provavelmente a maior obra de Land Art realizada em Portugal, e seguramente o maior soneto do mundo.