quinta-feira, 31 de julho de 2008

BELÔ POÉTICO
IV ENCONTRO NACIONAL DE POESIA 2008
Entre os dias 10 e 13 de Julho realizou-se no Centro Cultural Laces/JK, a 4ª edição do Belô Poético, o Festival de Poesia de Belo Horizonte, desta vez com um número record de participantes e com a abertura, pela primeira vez, a um poeta estrangeiro – eu mesmo.
Foram quatro dias intensos de trabalho, muitos contactos, trocas de livros, novos projectos, e uma cobertura assinalável da imprensa mineira, coisa que por cá não é comum ver-se em manifestações desta natureza.
O Encontro que decorreu sob a temática “A Poética que Descortina o Homo Complexus” teve início com a homenagem a cinco poetas que contribuíram para o desenvolvimento da poesia brasileira, entre eles o meu amigo Selmo Vasconcelos de Porto Velho, a que se seguiram nesse e nos dias seguintes várias leituras e performances poéticas, palestras, debates, oficinas, incluindo uma caminhada histórico-literária pelo centro de Belo Horizonte e uma visita à cidade de Sabará.
Organizado pelos poetas Rogério Salgado e Virgilene Araújo, o Encontro serviu também para rever velhos amigos como o Aroldo Pereira, Artur Gomes, Tânia Diniz, Wilmar Silva, Alécio Cunha, Guilherme Rodrigues, Osmir Camilo, Eugênio Magno, Deomídio Macedo (e também Rogério Barbosa da Silva, Wagner Moreira, Paola Rettore, Marcelo Kraiser…), e para conhecer outros poetas com quem já me correspondia, como Tanussi Cardoso, Arlindo Nóbrega, Carlos Gurgel, Brenda Marques Pena, Maria Clara Segobia, e muitos outros que estiveram presentes no Encontro.
Na falta de fotografias das leituras, passemos às fotos de família:
Fernando Aguiar e Alécio Cunha
Rogério Salgado e Fernando Aguiar
Artur Gomes, Tânia Diniz, Carlos Gurgel, Brenda M. Pena, Fátima Boerchet
Fernando Aguiar com Tanussi Cardoso
Fernando Aguiar e Wilmar Silva

sábado, 26 de julho de 2008

OFFERTA SPECIALE Nº 41
A revista italiana OFFERTA SPECIALE – Semestrale di Poesia e Arte Multimediale, entrou no 21º ano de actividade, sob a direcção de Carla Bertola e de Alberto Vitacchio, poetas experimentais e sonoros de Torino.
Direccionada principalmente para a poesia visual, apresenta também poesia verbal, experimental e fotopoesia.
Neste número participam autores clássicos da poesia visual como Henri Chopin, Richard Kostelanetz e Arrigo Lora-Totino, outros nem tanto como Teresinka Pereira, Rorica e Dobrika Kamperelíc, Michele Perfetti, Jonh M. Bennett, Fernando Aguiar, Giovanni e Renata Strada, Serge Luigetti e Rea Nikonova, e entre os restantes, Carla Bidone, Oliver Cans, Franco Piri Focardi Willi R. Melnikov e Raydel Araoz.
Offerta Speciale: Corso de Nicola, 20 – 10128 Torino, Itália
Fernando Aguiar, "Calligraphy", 2006

terça-feira, 15 de julho de 2008

COLECÇÃO DO
MUSEU DE SERRALVES
O Museu de Serralves resolveu divulgar on-line toda a sua colecção de arte contemporânea, provavelmente a mais importante que existe em Portugal a par da Colecção Berardo, apesar de terem objectivos e filosofias de constituição diferentes.
A ideia é louvável, só é pena existirem ainda poucas imagens das obras referenciadas, o que torna a visita um pouco frustrante. Esperemos que essa questão seja futuramente ultrapassada.
O Museu de Serralves tem 14 obras minhas, de entre as cerca de 35 que integraram a exposição “PO.EX: O EXPERIMENTALISMO PORTUGUÊS ENTRE 1964 E 1984”, realizada em 1999, e das quais se podem ver fotografias de duas delas.
Para conferir, acessar ao site http://emuseum.serralves.pt/eMuseumPlus
Fernando Aguiar, "Projecto de Salvação do Mundo", 1983

terça-feira, 8 de julho de 2008

CATÁLOGO ITCA 2008 INTERNATIONAL TRIENNALE
OF CONTEMPORARY ART
Merece aqui uma referência especial o catálogo da ITCA 2008 – INTERNATIONAL TRIENNALE OF CONTEMPORARY ART, patente na National Gallery em Praga. Com 530 páginas, que documentam as obras de todos os artistas participantes, proporciona uma interessante amostragem da arte contemporânea internacional.
O catálogo está dividido por secções (uma por cada comissário convidado) que começam com um texto do mesmo sobre a temática da Trienal - “Re-Reading the Future” - seguida de uma abordagem à obra dos artistas que convidaram.
No caso de Portugal, Carlos Cabral Nunes termina o seu discurso sobre o meu trabalho, dizendo que “Fernando Aguiar, com vasto percurso e sólido labor artístico, confronta-nos com a multiplicidades de caminhos possíveis partindo da poesia. Com recurso à pintura, ao video e a múltiplos objectos de forte componente simbólica vai criando, com rigor construtivo quase clássico, lexical e gramaticalmente um novo olhar sobre a vida, que nos desafia, nos confronta, nos alerta para os riscos do imobilismo, nos persuade à acção”.
Uma das vantagens deste catálogo é que, apesar de não estar disponível na sua versão integral, pode ser consultado virtualmente em http://www.ngprague.cz/itca/14.html e dá, pelo menos, para ter uma ideia das obras apresentadas e de outras realizadas anteriormente pelos mesmos artistas.
Fernando Aguiar, "TGV Light", 2005-2006

sexta-feira, 4 de julho de 2008

ASEMIC 5
O quinto número da revista australiana ASEMIC com o subtítulo “For asemic Writing, Abstract Art & Related Forms”, foi recentemente lançado na cidade de Kent Town sob a direcção de Tim Gaze, um entusiasta por este tipo de poesia.

A escrita assémica caracteriza-se por não ter um sentido verbal, não conseguindo comunicar um conteúdo através dos signos que utiliza. Sendo ilegível quanto ao conteúdo permite, no entanto, variadíssimas interpretações no que respeita à sua forma, ou desfrutar apenas visualmente aquilo que está escrito.

É uma poesia essencialmente caligráfica, apesar de poderem ser também utilizados letras ou caracteres tipográficos ou ainda “letterpress”, como é o caso dos meus 4 poemas incluídos na revista, e que não sabia que podiam ser igualmente considerados “assémicos”. Para mim são apenas poemas minimais, e foram criados com base nesse conceito, onde o objectivo (dificilmente atingível) era que a letra fosse o poema.
Voltando à revista, tem um formato A-5, 100 páginas com poemas totalmente assémicos, isto é, que permitem apenas uma leitura visual, apesar de ter bastantes trabalhos curiosos, e constituiu para mim uma agradável experiência, sobretudo por não publicar poemas em revistas australianas desde 2000, depois de participações em revistas como “Axle”, “Ligne”, “Polartis”, “Rrat Magazine” e “Vast”.
Assemic 5 inclui obras de 43 autores, entre os quais alguns poetas históricos do letrismo, como Alain Satié e Isidore Isou, ou da poesia concreta e visual (Bob Cobbing, Clemente Padin ou Wlademir Dias-Pino), passando por outros menos históricos (Regina Pouchain, Rea Nikonova, Serge Segay, Jim Leftwich e eu próprio) até uma curiosa participação do pintor Max Ernst.

Fernando Aguiar, "Poema Minimal", 1991