domingo, 16 de março de 2008

POÉSIES EXPÉRIMENTALES
Zone numérique (1953-2007)
É este o título do último livro de Jacques Donguy, poeta visual e professor universitário, que faz um estudo aprofundado das experiências da poesia concreta até à poesia digital, seguida de uma extensa bibliografia internacional.

O livro publicado no final do ano passado pela “les presses du réel”, em Dijon, tem 400 páginas, cerca de duas centenas de fotografias e poemas visuais, capa dura e com um trabalho gráfico e impressão de grande qualidade.

Faz um historial da evolução da poesia experimental e da sua relação com os suportes tecnológicos utilizados pelos poetas nestas últimas décadas, ficando a ideia de que a poesia visual (arte da linguagem) tem tido uma evolução paralela à música ou às artes plásticas, assim como uma constatação curiosa, a de que depois de Gutenberg (1456) e da tipografia, toda a poesia tem tido um suporte tecnológico…

Faz igualmente um resumo das poéticas experimentais de vários países. Em relação a Portugal, Jacques Donguy revela algum desconhecimento ou falta de interesse pela experimentação portuguesa, reconhecida internacionalmente pela sua qualidade. No pequeno capítulo sobre Portugal, refere-se apenas ao meu trabalho (inclui uma fotografia da minha performance em Barcelona, 1995) e faz uma nota de rodapé sobre o “Soneto Ecológico”. Apresenta ainda um trabalho meu na antologia de poesia visual, anexa ao capítulo sobre esse tema.

O E. M. de Melo e Castro é citado meia dúzia de vezes ao longo do livro, associado a manifestações colectivas, e refere-se apenas uma única vez a Ana Hatherly e a César Figueiredo pelo mesmo motivo. Na secção de videopoesia está também uma foto do Melo e Castro mas sem título nem data.
Fernando Aguiar, "Constelação Poética", 1989

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