AVESTRUZ
Paola
Rettore acabou de editar um belíssimo livro de artista intitulado “AVESTRUZ –
só tenho rascunhos”, no qual apresenta uma série de “percursos e andanças na
cena urbana”.
Em “AVESTRUZ”,
e por entre textos, poemas e muita fotografia, Paolla expõe algumas das suas
obras de dança, nas quais as encenações, a conceção dos figurinos e o contexto
em que estas são apresentadas, numa interação solicitada e permanente com as
pessoas que passam, resultam em obras estéticas de grande criatividade.
O livro,
com uma pequena tiragem numerada e algumas das páginas executadas à mão, vem
acompanhado por um DVD realizado por Marcelo Kraiser onde se pode ver, na íntegra,
as intervenções de onde resultam as fotos e os textos que constituem “AVESTRUZ”.
Mas vou
passar ao extrato do pequeno texto que escrevi e que vem publicado na
contracapa do livro: “Os trajes/figurinos que Paola Rettore re(a)presenta quer
em situações de vivencia urbana, onde em
muitas das imagens é revelador o contraste entre a a beleza do adereço e a rudeza
do ambiente envolvente “…” quer inseridas no ambiente sofisticado e asséptico
do estúdio fotográfico, onde as vestes e a movimentação conjugadas com a
singularidade/seriedade das expressões faciais e do exercício da sensualidade
do corpo se associam a objetos comuns que, no contexto contribuem para a
dramatização da situação registada pela câmara fotográfica, configuram obras de
arte “per si”.
“No mesmo
resultam muitas das fotografias que aqui se podem observar e que conformam
obras de arte contemporânea de irrepreensível qualidade artística e técnica. Obras
fotográficas que, afinal, a Paola sempre concretizou, a partir da dança, da
performance ou na própria edição.”
“Nestas
fotografias, a artista revela de novo a sua verve criativa, “…” uma artista
plenamente embrenhada na conceção e na revelação da sua arte, centrada na
dança, mas também no cuidado que sempre demonstrou na criação dos adereços que
desenvolveu para a realização do seu trabalho nessa área.”
“Ao
contrário do belíssimo poema “Acaso Falta” (que em tempos comentei à autora que
gostaria de ter sido eu a escrevê-lo), “…alta / falta F // fata / falta L // fala / falta T // para completar”, neste
triplo trabalho de criação estética na inventividade dos adereços - exposição
pública - registo fotográfico, tudo fala e nada falta!”
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