quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

LA MÁS BELLA NA ZDB
Diego Ortiz e Pepe Murciego, editores da revista “LA MÁS BELLA”, de Madrid, organizaram na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, uma exposição de revistas-objecto, incluindo os números mais recentes de “LA MÁS BELLA” e a máquina “Bellascópio” com vários vídeos que podiam ser directamente adquiridos na própria máquina.
Integrado nesta apresentação realizou-se o Ciclo de Performances “Bellamatic en Acción”, com os performers Nieves Correa, Roxana Popelka & Pepe Murciego (no dia 7 de Dezembro), e Hilário Alvarez, Joan Casellas, Yolanda Pérez Herreras, Carlos Llavata e Fernando Aguiar que actuaram no dia seguinte.
Seguem-se fotografias das acções:
Roxana Popelka & Pepe Murciego
Nieves Correa
Joan Casellas
Fernando Aguiar
Yolanda Pérez Herreras
Hilario Álvarez

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Eugenio Miccini, Gabriel R. Silva, F. Aguiar, Lella M. e Enzo Minarelli, Bolonha, 1989
EUGENIO MICCINI…
Gostaria de lembrar de novo Eugenio Miccini que faleceu em Junho deste ano, e que foi um dos mais importantes poetas visuais internacionais. Não só pela sua capacidade criativa como autor, mas pela dinâmica que imprimiu aos grupos de poetas que integrou nos anos 60 e 70. E também como editor, director de revistas e organizador de eventos.
Tomei contacto com a obra de Miccini através da “Antologia da Poesia Visual Europeia”, organizada por Josep M. Figueres e por Manuel de Seabra, em 1976, e a partir daí não deixei de admirar a obra desse imaginativo poeta.
Em 1987 convidei o Eugenio Miccini juntamente com o Sarenco para virem a Portugal participar no Simpósio do 1º Festival Internacional de Poesia Viva que se realizou no Museu Dr. Santos Rocha, na Figueira da Foz mas, infelizmente, os bilhetes de avião enviados pela agência de viagens só chegaram no dia seguinte ao voo.
Dois anos depois tive o prazer de conhecer o Eugenio em Itália, quando eu e o Gabriel Rui Silva organizámos a exposição “CONCRETA.EXPERIMENTAL.VISUAL–Poesia Portuguesa 1959-1989”, na Universidade de Bolonha. Teve a amabilidade de se deslocar de Florença expressamente para a inauguração da exposição e ofereceu-me o magnífico livro-catálogo “POESIA VISIVA – 5 Maestri”.
Mais tarde estive novamente na companhia de Eugenio e de outros importantíssimos poetas em Spoleto, Itália, onde convivemos durante uma dúzia de dias, naquele que foi para mim um dos mais importantes Encontros em que participei, por poder conversar e trabalhar com tantos poetas que eu admirava, sendo além disso, o (bastante) mais novo e “aprendiz” daquele grupo de poetas fundamentais na poesia visual internacional.
A última vez que estive com Eugenio Miccini foi em Florença, em 2004, durante a 5ª Edizione del Festival Internazionale di Poesia in Azione “A + VOCI”, no Giubbe Rosse, e onde para além de uma intervenção poética, o Eugenio falou sobre a obra de Emílio Villa.
Em pé: Julien Blaine, Jonh Furnival, Balint Szombathy, Lamberto Pignotti, Sarenco, Shohachiro Takahashi, Eugenio Miccini, Karel Trinkewitz, Emmett Williams, Bernard Heidsieck, E. M. de Melo e Castro.
Em baixo: Vanessi (pintor), Fernando Aguiar, Enrico Mascelloni (crítico), Klaus Peter Dencker e Ann Noël, em Roca di Umbertide, Itália, 1995

…E EMMETT WILLIAMS

O único contacto que tive com Emmett Williams foi também em Spoleto, e fiquei com a ideia de ser uma pessoa simpática e espirituosa. Mais ligado ao movimento Fluxus, apesar de colaborar várias vezes em eventos de poesia experimental (aliás, foi o autor de uma das primeiras antologias de poesia concreta, “An Anthology of Concrete Poetry”, publicada em 1967 pela Something Else Press de New York, dirigida por Dick Higgins), Emmett, que nasceu em 1925 tal como Eugenio Miccinni, faleceu a 14 de Fevereiro deste ano.
F.Aguiar, I. Vitali, E. Szkàrosi, M. Mori, A. Bem Dhiab, F. Smalzi e E. Miccini, entre outros, no Guibbe Rosse, em Florença, 2004

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

OFICINA DE POESIA Nº 8 & 9 Revista da Palavra e da Imagem
Este duplo número da revista “OFICINA DE POESIA” comemora o seu 10º Aniversário. Parabéns para a revista e para os seus directores Graça Capinha e Jorge Fragoso, assim como para o Filipe Cravo que, para além de participar como poeta, fez igualmente um bom trabalho com o design destas 200 páginas de grande formato (30x25 cm).

De resto a revista está excelente. Repleta de poemas, fotografias, desenhos, poemas visuais, prosa e uma entrevista a Charles Bernstein. Teve como ponto de partida o curso livre “Oficina de Poesia” criado pela Profª Garça Capinha na Universidade de Coimbra, e com base no trabalho desses alunos/poetas que passaram pelo curso e depois das primeiras revistas editadas a partir sobretudo desse núcleo, chegamos agora a uma importante revista de poesia de âmbito nacional.

São várias dezenas os participantes neste número duplo, e na impossibilidade de referir todos, cito apenas alguns: Ana Hatherly, Joan Fontecuberta, Sandra Guerreiro, Affonso Romano de Sant’Anna, Ricarda Melo, Casimiro de Brito, Pedro Ramos, Martin Parr, Maria Irene Ramalho, Ina Elke, Fernando Aguiar, Bruno Santos, António Ramos Rosa, Virgílio de Lemos, Ricardo Aleixo, Ana Luísa Amaral, Régis Bonvicino, Levin Haegele, Pepe Vera, Edith Morin, Andrea Inocêncio, John Havelda, Andityas Soares de Moura, Álvaro Alves de Faria e Adília Lopes, para além dos coordenadores.

Fernando Aguiar, "Calligraphy", 2006

domingo, 9 de dezembro de 2007

FESTIVAL DE POESIA 2007
Teve lugar nos dias 29 e 30 de Novembro a 9ª edição do Festival de Poesia de Vila Nova de Foz Côa.
Direccionado sobretudo para os estudantes, e com a participação de poetas lusófonos, o Festival foi constituído por leituras e debates no Auditório do Agrupamento de Escolas de V. N. de Foz Côa, e terminou com um concerto de Homenagem a Adriano Correia de Oliveira e a José Afonso por Paulo Saraiva e pela Brigada de Intervenção Cultural, no Auditório do Centro Cultural daquela localidade.
Participaram os poetas Aurelino Costa, Rui Fonseca, Fernando Aguiar, Nuno Rebocho, Tony Tcheka, Jorge Velhote e os debates tiveram por moderadores os professores Rui Pinto, Helena Rebelo e Jorge Silva.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

BIG ODE # 3
Poesia e Imagem
O Rodrigo Miragaia está de novo de parabéns pela edição de mais um excelente número da “BIG ODE”! Tive o prazer de assistir ao nascimento da revista, e quando o Rodrigo me apresentou o projecto do que viria a ser o número 0, incentivei-o a levar o mesmo para a frente alertando-o, no entanto, para as dificuldades que iria encontrar. Disse-lhe inclusivamente que este tipo de publicações tem em Portugal muitas dificuldades em passar do terceiro número.

Pois bem, o Rodrigo chegou ao quarto número com distinção, porque este é, sem dúvida, a melhor “BIG ODE” publicada até agora, e com o recente apoio da Direcção-Geral das Artes, é previsível que a aventura ainda vá no adro. Gostaria que fosse outro caso como o do Tiago Gomes, o “decano” das revistas alternativas, que conseguiu, num esforço homérico ultrapassar a barreira dos 10 anos de edição da “Bíblia”, num país kafkiano em relação a este género de publicações.

Regressando ao #3 que tem a “Fusão” como temática, temos uma interessantíssima entrevista com A. Dassilva O. e poemas, desenhos, prosa, e fotografia de Henrique Fialho, Mário Calado Pedro, Maria João Lopes Fernandes, Rodrigo Miragaia, Avelino Araújo, Virgílio Vieira Tebas, Fernando Aguiar, Fernando Esteves Pinto, Ângelo Mazzuchelli, Raquel Coelho, Hilda Paz, César Figueiredo, Miguel Jimenez, Clemente Padin, Sara Monteiro, Hugo Pontes e Klaus Peter Denker, entre outros. http://www.big-ode.blogspot.com/
Fernando Aguiar "Cuema (Homenagem a António Aragão)", 1988

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

ESCANER CULTURAL
O poeta mexicano César Espinosa publicou no Nº 99 da Revista Virtual de Arte Contemporâneo y Nuevas Tendências “ESCANER CULTURAL” dirigida pela artista chilena Isabel Aranda, a segunda parte da entrevista (a primeira parte tinha sido publicada no número anterior) que fez comigo intitulada “Fernando Aguiar: Figura Clave entre dos Épocas de la Poesia Experimental Portuguesa”.

No conjunto, a entrevista resulta em 26 páginas impressas e integra, para além da entrevista propriamente dita, extractos dos meus textos “Performance Poética em Portugal”, “Performance, Poesia Sonora e Tecnologia”, e “Globalização & Interacção”, e é ilustrada com 37 fotografias de poemas visuais, fotopoemas, capas de livros e catálogos, pinturas, fotografias de performances, poesia digital, vídeos, instalações e fotografias do “Soneto Ecológico”.

Para além deste existem vários artigos interessantes escritos por duas dezenas de colaboradores como Clemente Padin, Araceli Zúñiga, Sílvio de Gracia, Fausto Grossi, Pedro Pablo Bustos ou Adolfo Vásquez Rocca. Para terem acesso ao “Escaner Cultural” é só clicar em http://www.escaner.cl/.

video "Dos Talismãs de Wolf Vostell (O Alho e o Olho)", 2002

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

DER LANGE ATEM / THE LONG BREATH
Masters of the International Performance Scene
O Europäische Performance Institut NRW organizou nos dias 9 e 10 de Novembro na Machinenhaus em Essen, na Alemanha, mais uma edição do ciclo “Der Lange Atem / The Long Breath”, sob a coordenação de Boris Nieslony.

No magnífico espaço da Machinenhaus (a antiga casa das máquinas da fábrica Carl., é considerada um dos melhores locais para a prática da performance), realizaram os seus trabalhos artistas da Suiça, Alemanha, Portugal, Grécia e de Inglaterra.

Ruedi Schill e Monika Günther, Ben Patterson, Fernando Aguiar, Wolfgang Hainke, Demosthenes Agrafiotis e Brian Catling apresentaram performances perante um público interessado e conhecedor, que salientou a qualidade dos trabalhos na conversa com os participantes após as apresentações.

De referir que Fernando Aguiar teve o apoio do Instituto Camões na sua deslocação a Essen. Seguem fotos das intervenções:
Monika Günther e Ruedi Schill
Demosthenes Agrafiotis
Brian Catling
Fernando Aguiar (com Boris Nieslony)
Ben Patterson

domingo, 2 de dezembro de 2007

LA POESIA VISUALE DI
FERNANDO AGUIAR
Ainda não tinha aqui referido a Tesi di laurea in Lingua e Letteratura Portoghese intitulada “La Poesia Visuale di Fernando Aguiar” que Laura Bilanceri, estudante da Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade de Florença fez em 2005 sobre o meu trabalho, sob orientação do Prof. Piero Ceccucci.

A tese, com 236 páginas, começa com um estudo sobre a Poesia Visual Portuguesa dividido em duas partes: a primeira de 1960 a 1980 e a segunda no período compreendido entre 1980 e 2005. O terceiro capítulo trata da minha biografia e finalmente a Laura Bilanceri faz um estudo que abrange toda a minha produção poética nos diversos suportes e formas expressivas: poesia experimental, poesia visual, instalação poética, performance, fotopoesia, pintura, textos teóricos e toda a actividade relacionada com as exposições, Festivais, antologias e colectâneas de Poesia Visual Portuguesa que organizei em vários jornais e revistas culturais portuguesas e estrangeiras ao longo de mais de 20 anos.

Inclui cerca de 110 imagens e dezenas de poemas experimentais, (sendo algum desse material inédito), assim como a tradução de uma dezena de poemas em italiano feita pela autora. Efectuada de uma forma bastante organizada e com um trabalho de pesquisa intenso e rigoroso (a Laura esteve em Portugal cerca de 3 meses para desenvolver a sua pesquisa sobre a poesia visual e sobre o meu trabalho), não deixa de ser curioso que a única tese sobre a minha obra tenha sido realizada em Itália.

Ou talvez não, se considerarmos que a maior parte das teses de licenciatura, mestrado e doutoramento feitas sobre a Poesia Visual Portuguesa ou sobre algum dos seus intervenientes têm sido realizadas no estrangeiro, sobretudo no Brasil, onde existem vários trabalhos sobre o assunto.

Fernando Aguiar, S/ Título, colagem s/pinho, 90x66,5 cm, 2001