quinta-feira, 27 de janeiro de 2011


INTERNATIONAL EXPANDED
MEDIA ART TRIENNIAL

A propósito da Open World, decorreu entre 5 de Agosto e 20 de Setembro em vários espaços da cidade de Belgrado, na República da Sérvia, a INTERNATIONAL EXPANDED MEDIA ART TRIENNIAL, coordenada por Dobrica Kamperilíc e por Filimir.

Segundo percebi, esta é uma tentativa de colocar a Sérvia na trajectória da arte contemporânea, por iniciativa de um grupo de artistas e que, pelo catálogo que me chegou agora às mãos, parece ser uma aposta ganha.

Tive pena de não ter ido a Belgrado apresentar uma performance, correspondendo ao convite que me foi feito, mas não foi possível (aliás tenho essa “dívida” para com o Dobrica, que desde o final dos anos 90 me tem convidado regularmente para ir a Belgrado participar nos Encontros que ele e o grupo Kwart organizam).

A Trienal englobou praticamente todas as formas de expressão artística contemporâneas, desde instalações e arte digital, ao vídeo, fotografia, land art e mail art, passando pela performance, esculturas e arquitectura experimental.

Nas exposições participaram várias dezenas de artistas de diversos países e refiro, pela ordem que aparecem no catálogo Fernando Aguiar, Reed Altemus, Ryosuke Cohen, Bill Copeland, Daniel Daligand, (e desculpem-me os artistas sérvios, mas o nome deles está escrito em cirílico e não os consigo decifrar), Atílio Fortini, Klaus Gröh, Takalo-Eskola, Henning Mittendorf, Sabina Romanin, Shozo Shimamoto, José Van Der Broücke, Anna Linder, Ruggero Maggi, Emílio & Franca Morandi, Sinead O’Donnel, José Roberto Sechi e Balint Szombathy.

As performance foram realizadas por César Reglero & Isabel Jover, Sílvio de Gracia, Carla Bertola & Alberto Vitacchio, Nicola Frangione, Robert Swierkiweicz e Peter Künstermann, entre outros, para além dos artistas sérvios e russos.

Fernando Aguiar, Colagem s/ serigrafia, 2010

domingo, 23 de janeiro de 2011


ASSEMBLING BOX 9


Francis Van Maele editou mais um número da revista de artista FRANTICHAM’S ASSEMBLING BOX, dedicada à poesia visual e a obras inspiradas no movimento Fluxus.

Já aqui falei, em postagens anteriores, sobre outros aspectos desta revista com 23 colaboradores em cada número e com uma tiragem de apenas 40 exemplares, pelo que hoje refiro apenas os participantes neste número nove, que é, sem dúvida, o melhor dos 3 em que já participei:

Fernando Aguiar, Reed Altemus, Antic-Ham, Vittore Baroni, David Dellafiora, Picasso Gaglione, Klaus Groh, Ruud Janssen, Miguel Jimenez, Serse Luigetti, Emilio Morandi, Jürgen O. Olbrich, Bibiana Padilla Maltos, Arne Rautenberg, Allan Revich, Fritz Sauter, Litsa Spathi, Pete Spence, Carol Stetser, Christine Tarantino, Richard Tipping, Andrew Topel e Francis Van Maele, o próprio.

Fernando Aguiar, "Kill", 1991

terça-feira, 18 de janeiro de 2011



 O DEDO


Em 1981 (faz agora 30 anos) publiquei o meu 4º livro e o segundo de poesia, depois de “Poemas + ou – Histó(é)ricos” (Poesia, ed. Autor, 1974), “Rosarinho” (Infantil, ed. Parceria A. M. Pereira, 1979) e “Rosarinho e Alzira” (Infantil, ed. Parceria A. M. Pereira, 1979).

“O DEDO – Poema em 22 Andamentos” foi o primeiro livro onde fiz uma incursão pela poesia visual (e depois das duas exposições de poesia visual que apresentei na Galeria da E.S.B.A.L em 1979 e no Teatro da Comuna, em 1980), a par de poemas experimentais e de outros mais próximos da poesia discursiva, mas todos tendo como temática “o dedo”.

O livro foi constituído a partir de um trabalho da disciplina de Estética, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa que, depois de revisto e acrescentado resultou neste livro, escrito entre Junho de 1977 e Março de 1978.

Mas o carácter visual do livro, com apenas 32 páginas, começou logo pelo design exterior, com o formato de um dedo, resultando num objecto estético que foi, aliás, a minha ideia, desde que o comecei a conceber, porque pretendia que a forma do livro estivesse intimamente ligada ao seu conteúdo.

Ao contrário dos meus restantes livros, este vendeu-se relativamente bem (a distribuidora – Assírio & Alvim - vendeu várias centenas de exemplares) e, na altura, talvez pelo “visual”, o livro fez algum sucesso.

Resta dizer que “O DEDO” integra o meu poema mais divulgado - “DOIS DEDOS DE CONVERSA” - que já foi publicado 44 vezes em revistas, jornais, antologias e catálogos, tendo sido capa das revistas “Poetry Halifax Dartmouth” (Canadá), “Axle” (Austrália) e no jornal cultural “Garatuja” (Brasil).

 
"Impressões Digitais", 1978

 "Dois Dedos de Conversa", 1978

"Soneto Digital", 1978

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

LIVROS DE ARTISTAS


A Galeria Diferença inaugurou do dia 17 de Novembro a exposição LIVROS DE ARTISTA, com a participação de cerca de 50 autores portugueses, entre os quais Albertina Sousa, Ana Hatherly, Ana Marchand, Ana Vidigal, Carlos Nogueira, Catarina Castel-Branco, Cristina Ataíde, Ema M., Ernesto de Sousa, Fernando Aguiar, Graça Delgado, Helena Almeida, Irene Buarque, João Luís Carrilho da Graça, Jorge dos Reis, Jorge Vieira, Manuel Baptista, Nuno Teotónio Pereira, Querubim Lapa e Vítor Pomar.

Infelizmente não tive possibilidade de ir à inauguração por ter ido, no dia seguinte para Elche, onde participei no Encontre Internacional de Performance i Poesia Fonética, no Centre de Cultura Contemporània L’Escorxador, mas estão expostos trabalhos de grande criatividade e qualidade artística, o que não é para admirar atendendo aos participantes.

LIVROS DE ARTISTAS vai estar na Galeria Diferença, na Rua S. Filipe Nery, 42, em Lisboa, até ao dia 5 de Fevereiro. Uma exposição a não perder.


Fernando Aguiar, "Romance em Construção V", 2007

Fernando Aguiar, "SPAR", 2000

 Fernando Aguiar, "Construção do Romance Musical", 2007

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011


OPEN WORLD


Acho que nunca falei aqui do zine OPEN WORLD, publicado desde meados dos anos 80 por Dobrica e Rorica Kamperelic (conheci pessoalmente o Dobrica em 2003, durante a Bienal de Veneza, quando ambos participámos num Festival de performance realizado no âmbito da Bienal). Inclusivamente durante a guerra que assolou a Jugoslávia nos anos 90, este casal de poetas visuais, performers e mailartistas conseguiu manter a edição desta pequena revista, apesar da extrema dificuldade em que viveram nesses anos.

OPEN WORLD é uma revista de formato A-5, com 16 páginas, fotocopiada, mas repleta de informações sobre o que acontece internacionalmente nestas áreas, já que o Dobrica tem uma incrível rede de contactos em todo o mundo. É bastante ilustrada, com dezenas de fotografias de performances, artistas que os visitam em Belgrado, desenhos, colagens, poemas, etc.

Tenho sido regularmente convidado pelo Dobrica para participar nos Festivais de performance que ele organiza todos os anos em Belgrado, assim como para a International Triennial of Expanded Artistic Media que co-organizou entre Agosto e Setembro, e na qual participei apenas na exposição. Infelizmente acabou por não ser possível apresentar uma performance durante a Trienal mas, juntamente com este Nº 83 da OPEN WORLD recebi o convite para estar presente na próxima, e a ver se desta é que vou mesmo.

No presente número podem-se encontrar obras ou fotos de Carla Bertola e Alberto Vitacchio, César Reglero, Isabel Jover, Marina Abramovic, Filimir, Fernando Aguiar, Sílvio De Gracia, Le Peintre Nato, Reed Altemus, Serse Luigetti, Clemente Padin, Takalo-Eskola, Ilkka Juhani, José Van Der Brouke, John M. Bennett e Emílio & Franca Morandi, entre muitos outros.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ABSTRACÇÃO
ARTE PARTILHADA

O Millennium BCP inaugurou no dia 16 de Novembro a segunda apresentação da exposição ABSTRACÇÂO - Arte Partilhada, na Casa-Museu Teixeira Lopes, em Vila Nova de Gaia.

A exposição, que já tinha sido apresentada este ano na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa, foi organizada por Raquel Henriques da Silva e integra nomes históricos na pintura abstracta em Portugal, como Helena Vieira da Silva, Manuel Cargaleiro, Mário Cesariny, Paula Rego, António Areal, Artur Bual, Júlio Pomar, Nikias Skapinakis, Nadir Afonso, Ângelo de Sousa ou Jorge Pinheiro, até pintores que apareceram posteriormente como Teresa Magalhães, Justino Alves, António Palolo, Fernando Aguiar ou Pedro Casqueiro.

No desdobrável que acompanhou a exposição em Lisboa, a investigadora Ana Ruivo referiu: “Tendo como figura proeminente do abstraccionismo geométrico Nadir Afonso, trouxeram-se ao percurso experiências alicerçadas no recurso aos signos geométricos, à tessitura dos seus ritmos, ao trabalho cromático e formal que os organiza. São propostas que se reformularão anos mais tarde, em trabalhos como os de Fernando Aguiar, fazendo desses elementos vocábulos de uma construção poética visual, ou os de Pedro Casqueiro, em telas de estrutura dissonante”.

Segundo o Portal do Cidadão de Vila Nova de Gaia, “A mostra estará patente até 30 de Janeiro de 2011 e reúne uma selecção de 74 pinturas representativas do abstraccionismo português e estrangeiro e está revestida de notável interesse pela diversidade e qualidade das obras expostas…”

Fernando Aguiar, 1976-1982