sexta-feira, 29 de junho de 2012


SANGUE NOVO

Quase um ano depois, e após insistência, chegam-me finalmente às mãos 2 escassos exemplares da antologia “SANGUE NOVO”, organizada por José Inácio Vieira de Melo, para a qual cedi graciosamente um poema visual para realizarem a capa do livro.

A edição é da Escrituras, de São Paulo, e a antologia reúne poemas de jovens poetas da Baía, todos nascidos depois de 1980. Aliás, o subtítulo do livro é precisamente “21 poetas baianos do século XXI”.

Nas palavras do antologiador, “Claro que o estradar destes artistas da palavra está apenas começando, mas todos já estão no caminho, todos já estão embrenhados no labirinto da linguagem. Cada qual, à sua maneira, trilhando as searas que mais lhe apetecem e, aos poucos, descobrindo como palmilhar por essas veredas de encantos e de estranhamentos”.

domingo, 24 de junho de 2012


BRAIN CELL

O mais recente BRAIN CELL da lavra quase semanal de Ryosuke Cohen, é este Nº 819 editado em Osaka, no Japão, do qual reproduzo um pequeno enquadramento.

É uma edição de 150 exemplares em formato A-3, fotocopiada a cores e com colagens. Todo o material gráfico é enviado pelos cerca de 60 colaboradores e depois montado/composto pelo Ryosuke, resultando sempre em estimulantes composições visuais, que ele tem exposto um pouco por todo o mundo.

Alguns dos prestadores de imagens deste número: Carol Stetser, John M. Bennett, Giovanni Strada, Tiziana Baracchi, Boek 861, Corporación Semiotica Galega, Ruud Janssen, Paulo Bruscky, Roberto Keppler, Peter W. Kaufmann, Fernando Aguiar e Shin Tanabe.

domingo, 17 de junho de 2012



RETÍTULOS

Como estamos na onda das comemorações das minhas principais actividades que assinalam este ano o seu 25º aniversário, vamos então relembrar a exposição “RETÍTULOS”, apresentada no Atelier 15, uma pequena mas simpática Galeria em Campo de Ourique, que encerrou as portas algum tempo depois.

Segundo me recordo, o título da exposição foi sugerido pelo Alberto Pimenta, e a ideia para estas obras, praticamente todas criadas especificamente para a exposição, era o de apresentar trabalhos que constituíssem uma recriação de obras realizadas anteriormente pelos mesmos autores, produzidas dentro da uma mesma linguagem estética.

Com esse objetivo convidei Ana Hatherly, o Abílio-José Santos, o Alberto Pimenta, o Antero de Alda, o E. M. de Melo e Castro, e eu próprio participei em “RETÍTULOS”.

Cristina de Azevedo, num artigo publicado no jornal “O Tempo” de 15 de Janeiro, referiu que “A proposta desta exposição fundamenta-se no facto de todos estes poetas defenderem que uma obra nunca é o fechar de um ciclo, não corresponde portanto a um fim, mas é sempre um universo de possibilidades a explorar” ou, como afirmou Ana Hatherly no mesmo artigo, “ …a produção não é definitiva, mas consiste sempre num requestionar, numa recorrência renovadora, ou seja, numa recriação plena e intensa”.

E o resultado foi uma curiosa e criativa exposição de poesia visual.


E. M. de Melo e Castro, Fernando Aguiar, Ana Hatherly e Alberto Pimenta, 1987

segunda-feira, 11 de junho de 2012



BUSTA SORPRESA

O número 31 de BUSTA SORPRESA foi editado em Janeiro deste ano por Carla Bertola, uma performer, poetisa visual e sonora que, juntamente com Alberto Vitacchio tem participado em inúmeras publicações e eventos relacionados com as poéticas experimentais.

Carla é ainda editora da publicação de poesia experimental “Offerta Speciale”, também em Torino (Itália) na qual já participei em alguns números.

Esta edição de BUSTA SORPRESA contém obras originais de 10 artistas, numeradas e assinadas, com uma tiragem de 60 exemplares.

Participam Miguel Jimenez, Rosella Quintini, Reed Altemus, Giuliana Bellini, Fernando Aguiar, Giovanni & Renata Strada, John M. Bennett, Margherita Levo Rosenberg, Jürgen O. Olbrich e Gian Paolo Roffi.
 

quarta-feira, 6 de junho de 2012


CICLO POESIA VIVA

Foi em Junho de 1987, há 25 anos atrás, que a convite do Professor Fernando Pernes organizei o CICLO POESIA VIVA na Casa de Serralves, que então se autodenominava Museu Nacional de Arte Moderna. O convite surgiu na sequência do 1º FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESIA VIVA, realizado no Museu Municipal Dr. Santos Rocha, na Figueira da Foz em Abril desse ano.

Nas noites dos dias 5, 6 e 7 de Junho Alberto Pimenta, Ana Hatherly, Fernando Aguiar, Gilberto Gouveia e Rui Zink apresentaram performances no piso superior da Casa de Serralves. O Ciclo terminou com a performance “Bed Painting”, de Alberto Pimenta e Fernando Aguiar, numa das 2 performances que fizemos em conjunto (a outra – “Poesia Contra Verso” - foi apresentada na E.S.B.A.L. em 1985).

Nas manhãs dos dias 6 e 7 passava em contínuo a poesia sonora de, entre outros, Maurizio Nannucci, Beth Anderson, Henri Chopin, Franco Verdi, Eugenio Miccini, Julien Blaine, Sarenco, Giovanni Fontana, Adriano Spatola, Bernard Heidsieck, Richard Kostelanetz, o “Ovo/Povo” do António Aragão e a gravação das leituras de Salette Tavares, E. M. de Melo e Castro e de Alberto Pimenta, realizadas na galeria Diferença, durante a inauguração da exposição “POEMOGRAFIAS”.

As tardes foram preenchidas com os videopoemas de António Dantas, António Nelos, Fernando Aguiar, Klaus Peter Dencker, Alberto Pimenta, e os filmes “Rotura” e “Revolução” de Ana Hatherly.

A Casa de Serralves tinha inaugurado nesse ano, pelo que o Ciclo Poesia Viva terá sido uma das suas primeiras atividades. Curiosamente, em 1999 inaugurou o Museu de Serralves, e a exposição de Poesia Experimental Portuguesa foi a segunda a ser apresentada no Museu, a seguir à exposição coletiva inaugural, tendo a poesia experimental ficado, assim, ligada ao início desses dois importantes momentos de Serralves. Infelizmente, apenas esses, se excetuarmos a exposição dedicada a E. M. de Melo e Castro, em 2006…


Alberto Pimenta e Fernando Aguiar, "Bed Painting", 1987



Fernando Aguiar, "Acto Concreto", 1987