sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

VENENO
Estranho nome para uma pequena mas muito bonita revista, editada por Francisco Aliseda numa povoação espanhola com um nome não menos estranho – Peñarroya-Pueblonuevo, na província de Córdoba, e onde se encontra o Centro de Poesia Visual, coordenado também pelo Paco Aliseda.
A VENENO, com apenas 8 páginas mas impressa a cores num papel de grande qualidade, apresenta 7 poemas visuais de Wilmar Silva, Marta Bellés, Fernando Aguiar, Artemio Iglesias, Antoni Albalat, Mikel Jáuregui e de Paulo Bruscky, que faz a capa da publicação.
Este número da VENENO, editado em Janeiro, é já o 164, e ao longo principalmente das últimas dezenas de revistas tem publicado obras de inúmeros poetas visuais internacionais.
Para além do meu poema, incluo as obras de Paulo Bruscky, Artemio Iglesias e Wilmar Silva, três excelentes poetas e amigos.
Artemio Iglesias, 2004
Wilmar Silva, "Cristopreto", 2008

Fernando Aguiar, "Hh", 2007

sábado, 21 de fevereiro de 2009

CHÁMALLE X
V XORNADAS DE ARTE DE ACCIÓN
Carlos Tejo organizou na Sala X da Universidade de Belas Artes, em Pontevedra, a 5ª edição das Xornadas de Arte de Acción, dedicada este ano a Portugal, sendo a primeira vez que CHÁMALLE X dedica uma edição a um país estrangeiro, já que até agora o Festival apresentou apenas obras de artistas espanhóis.
Realizadas durante os dias 25, 26 e 27 de Novembro, as Xornadas tiveram início com uma conferência de Daniel Pires intitulada “A Desaparición do Centro na Vida dos Artistas: Unha visión sobre Portugal”, seguindo-se as performances de João Samões com a colaboração de Nuno Rebelo, e de José Iges, com a colaboração de Sandra Santana.
No dia 26 de manhã, foram passados vídeos sobre um Ciclo de Acções apresentado no Centro Galego de Arte Contemporânea, e a seguir a performance de Ana Gesto. À noite, as performances foram da autoria de Pepe Murciego, do grupo Ad-Hoc e de Fernando Aguiar.
No último dia tiveram lugar as intervenções de David Crespo, Nuno Oliveira e Margarida Chambel, Victor Bonet, do duo Velvet & Crochet, encerrando com a performance interactiva de Zaida Gómez e Júlio Fernández Peláez.
Pepe Murciego
Nuno Oliveira e Guida Chambel
Fernando Aguiar

sábado, 14 de fevereiro de 2009

OS DIAS DO AMOR

Um poema para cada dia do ano
O que salta logo à vista quando se pega nesta antologia é a capa, chamativa, e o “volume” deste volume: 436 páginas (a contrastar, já agora, com o baixo preço pedido por esta obra).
Depois, aquilo que me admirou (e nunca esteve em causa a capacidade crítica de Inês Ramos, a organizadora do livro) foi a grande qualidade da (quase) totalidade dos 365 poemas antologiados que, admita-se, não é fácil de conseguir, sobretudo porque a temática se presta a “lamechices” menos interessantes…
Esta não é a minha temática preferida, e muito sinceramente pensei apenas em folhear o livro para ter uma ideia do que lá estava (e também por respeito ao trabalho que, imagino, a Inês terá tido), mas a verdade é que fiquei encantado com os primeiros poemas que li, escritos alguns séculos antes de Cristo e com os outros que se lhe seguem, com mais de 500 anos de idade, mas que revelam uma alegria, uma frescura e uma paixão que faz com que se mantenham até hoje perfeitamente actuais. Parece que o amor nos torna mesmo eternas crianças, joviais, alegres e com a paixão à flor da pele. Pelo menos é o que se deduz deste livro.
Mesmo os poemas que todos conhecemos, como o soneto de Luís de Camões, a “Cantiga, Partindo-se” de João Ruiz de Castelo Branco, ou a “Cantiga D’Amigo” de D. Sancho I, fora do contexto dos compêndios escolares, ganham uma outra dignidade, e revelam-se como verdadeiras obras-primas da poesia portuguesa.
Por falar em Luís de Camões (e também de Gil Vicente), é de (re)constatar a estrutura, o rigor, as rimas internas, a sonoridade, e a imagética dos seus poemas, que lhes confere um grau de pesquisa estética que a grande maioria dos poetas que se lhes seguiram não conseguiram atingir. Arrisco-me a dizer que se fossem vivos, tanto Camões como Gil Vicente seriam, muito provavelmente, poetas experimentais…
A Inês Ramos, com toda a abertura com que enfrentou este desafio (“Não segui “correntes”, nem estilos, nem tendências, apenas pretendi reunir poemas com a temática do amor, numa proposta o mais diversificada possível, desde a antiguidade até aos dias de hoje.”), não se coibiu de incluir uma obra de poesia experimental (E. M. de Melo e Castro), e um poema visual (Fernando Aguiar).
Deixei também esta referência a’ “OS DIAS DO AMOR”, não apenas por hoje ser o dia dos namorados, mas principalmente por fazer hoje dois anos que “O CONTRÁRIO DO TEMPO” teve início, o qual tem sido feito com muito carinho, muito trabalho e algum esforço à mistura, devido ao pouco tempo disponível (afinal tinha que haver uma nota “lamechas” nesta postagem, mas sem lágrima ao canto do olho…).
Apesar de não ser representativo do conteúdo do livro, aqui fica o visual incluído n’ “OS DIAS DO AMOR”, que recomendo vivamente. Quem não o encontrar à venda, poderá contactar a editora Ministério dos Livros em http://www.ministeriodoslivros.com/
Fernando Aguiar, s/título, 1998

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

CARTOGRAFIA DA LIBERDADE

(NO ROOM FOR MORE)
Inaugurou na Perve Galeria, no dia 15 de Janeiro, a exposição “Cartografia de Liberdade (no room for more), que reúne cerca de 90 obras de Fernando Aguiar e de Gabriel Garcia, comissariada por Carlos Cabral Nunes.
No texto do desdobrável refere-se que esta exposição “…constitui a primeira apresentação pública conjunta destes dois artistas que têm em comum, para além de terem feito o seu percurso académico nas Belas-Artes de Lisboa, uma obra pictórica ampla que se apropria de mensagens poéticas e faz da escrita parte integrante da sua formulação narrativa muito peculiar. Isto e um sentido de liberdade, explorando os limites conceptuais e formais da construção plástica que ilustra um vigoroso sentido de criação artística comum a Fernando Aguiar e a Gabriel Garcia, autores que, em Junho passado, foram integrados em dois projectos distintos de curadoria apresentados na Trienal de Arte Contemporânea de Praga."
“Claro que na história particular de cada autor podemos encontrar muitos elementos dissonantes, vários pontos de acentuada divergência. Neste caso, desde logo porque são de gerações separadas por mais de vinte anos. Depois porque, em Fernando Aguiar, a sua linguagem resulta mais da proposta Fluxus do que da construção alegórica surrealizante que podemos identificar na obra de Gabriel Garcia. (…) “Pode dizer-se, sem excesso, que da “Fonte” (Marcel Duchamp) saíram, jorrados, Fluxus e Surrealismo. Que dessa mesma “fonte” se (a)guardam traços indisciplinadores capazes de produzir salas fechadas e fachadas impossíveis de descrever mas fundamentais de se ver para que percebamos do que falam, quando falam, estes artistas que descodificam a liberdade e lhe fizeram um mapa onde não há lugar para mais.”
A exposição está aberta até ao dia 21 de Fevereiro de 2ª a Sábado, das 14.00 até às 20.00 horas, na Rua das Escolas Gerais, Nº 17, 19 e 23 em Lisboa. Para mais informações, consultar o site http://www.pervegaleria.eu/

sábado, 7 de fevereiro de 2009

EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL
ENCONTROS NACIONAIS DE PERFORMANCE
O último evento relacionado com o CICLO INTERNACIONAL DE PERFORMANCE realizado no Panteão Nacional teve lugar entre os dias 23 de Janeiro e 1 de Fevereiro, e foi uma pequena exposição documental sobre – I ENCONTRO NACIONAL DE PERFORMANCE e sobre o II ENCONTRO NACIONAL DE INTERVENÇÃO E PERFORMANCE, que pretendeu apenas assinalar os 20 anos sobre o II Encontro, assim como os 23 anos já passados sobre o I Encontro.
O I ENCONTRO NACIONAL DE PERFORMANCE - PERFORM’ARTE, organizado por Fernando Aguiar, Manoel Barbosa e pela Cooperativa de Comunicação e Cultura de Torres Vedras, realizou-se nos Claustros do Convento da Graça, na Galeria Nova, no Salão dos Bombeiros e na Galeria Municipal, em Torres Vedras, de 13 a 28 de Abril de 1985.
Foram apresentadas neste Encontro as performances de Albuquerque Mendes, António Barros, António Melo, António Olaio, Armando Azevedo, Artitude:01, Ção Pestana, Carlos Gordilho, D. W. Arte, Elisabete Mileu, Fernando Aguiar, Gerardo Burmester, Ícaro, Manoel Barbosa, Miguel Yeco, Pedro Tudela, Rui Órfão, Silvestre Pestana e Telectu.
Na Exposição de Arte Corporal e na Mostra Video participaram Alberto Carneiro, Albuquerque Mendes, António Barros, António Palolo, Ção Pestana, Fernando Aguiar, Gerardo Burmester, Grupo VideoPorto, Helena Almeida, Joana Rosa, Manoel Barbosa, Manuel Casimiro, Rui Castelo Lopes, Rui Órfão, Silvestre Pestana e Vítor Rua, tendo-se organizado ainda uma Exposição de Homenagem a José Conduto.
Foi editado um catálogo de 84 páginas com um excelente design de Aurelindo Ceia (autor igualmente do cartaz), que na altura foi o mais completo documento publicado sobre a performance em Portugal, com uma “Cronologia Essencial” até 1985 compilada por Manoel Barbosa e o texto “Performance: A Intervenção Viva” de Fernando Aguiar.
O II ENCONTRO NACIONAL DE INTERVENÇÃO E PERFORMANCE, organizado por Fernando Aguiar com a colaboração de Eduardo Nascimento, Joaquim Lourenço e de Vítor Pi, realizou-se na Galeria Municipal e nos Recreios Desportivos, na Amadora, entre 8 de Julho e 7 de Agosto de 1988.
Este II Encontro foi inaugurado por Wolf Vostell que se deslocou propositadamente a Portugal para fazer a apresentação do video inédito “El Desayuno de Leonardo da Vinci en Berlin” e do video “Epos Vostell”.
As performances foram realizadas por Alberto Pimenta, Gabriel Rui Silva, Francisco Ginjeira, Joaquim Lourenço, Eduardo Sérgio, José Louro, Vítor Pi, Rui Zink, Maria Isabel Tristany, Rigo 88, Rui Órfão, António Olaio, José Oliveira, Nuance, Carlos Gordilho, Delphim Miranda, Gilberto Gouveia e por Isabel Valverde.
Durante as tardes dos dias 23 e de 28 a 31 de Julho foram passadas dezenas de obras em video de autores portugueses e estrangeiros: Emilio Morandi, Alberto Franco Pascual, Angelo Bettin, Liliane Vertenssen, Miguel Yeco, Szkárosi Endre, Ruggero Maggi, Maria Moreira, Enzo Minarelli, Alberto Pimenta, Jürgen O. Olbrich/F.J.Weber, Teresa Wennberg, Javier Cinca M., Dick Higgins, Guy Bleus, Chris Newmann, Jo Kalffki, Fernando Aguiar/Rui Zink, António Dantas, Francisco Ginjeira, António Barros, Rigo 88, José Oliveira, Eduardo Sérgio, Vitor Rua, Carlos Gordilho, Gabriel Rui Silva, Telectu, Árni Ingólfsson, Sarenco e Gilberto Gouveia.
A Exposição “O Corpo como Suporte” apresentou obras dos seguintes 66 artistas: Fernando Aguiar, Leonor Areal, Anna Banana, Josef Baüer, Miguel Angel Beneyto, Ângelo Bettin, Julien Blaine, Guy Bleus, Jan de Boever, Monty Cantsin, Guglielmo Achille Cavellini, Christo, António Dantas, Frederic Develay, Szkárosi Endre, Bartolomé Ferrando, Giovanni Fontana, Carlos Gordilho, Dr. Klaus Groh, Ana Hatherly, Dick Higgins, Joël Hubaut, Árni Ingólfsson, Lecrompe Jacques, Janet Janet, Ray Johnson, Dobrica Kamperelić, Rorica Kamperelić, Iosif Király, Jo Klaffki, Felipe Lamadrid, Ruggero Maggi, Albuquerque Mendes, Enzo Minarelli, Mit, Emilio Morandi, Maria Moreira, Frank Na, António Nelos, Chris Newman Rea Nikonova, The Nomads, Jürgen O. Olbrich, Dennis Oppenheim, Orlan, Clemente Padin, Alberto Franco Pascual, Chrig Perren, Alberto Pimenta, Ivančić J. Pino, Rudi Rubberroid, Günther Ruch, Adam Rzepecki, Sarenco, Serge Segay, Shozo Shimamoto, Manfred Vänçi Stirnemann, Triceps, Timm Ulrichs, Liliane Vertessen, Fritz Vogel, Wolf Vostell, Teresa Wenberg e Sharon Wysocki.
Foi também realizada uma Exposição Documental com todo o género de publicações sobre performance ou relacionando a arte e o corpo, num total de 139 participações de 20 países.
O catálogo do II Encontro, com 112 páginas, que regista o conjunto estas participações, incluindo fotografias da inauguração, contém o texto “A Performance em Portugal” de Fernando Aguiar, que fez também o design do catálogo e do cartaz, sobre a fotografia de uma intervenção de Isabel Valverde.
Esta listagem exaustiva de participantes pode parecer enfadonha e desnecessária, mas considerando o crescente interesse por esta temática e considerando que os documentos são escassos (incluindo os catálogos dos Encontros que se encontram esgotados), atendendo ainda ao facto de já se terem passado respectivamente 23 e 20 anos sobre a realização dos Encontros, penso que é justificável uma informação mais completa. O que representa igualmente uma homenagem a alguns destes artistas, entretanto falecidos.
Resta dizer que a Exposição Documental, assim como a Mostra Internacional de Videoarte e Videoperformance e o Ciclo Internacional de Performance comissariados por Fernando Aguiar, foram realizados no âmbito do 2º Encontro de Arte Global organizado por Carlos Cabral Nunes.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

MOSTRA INTERNACIONAL DE VIDEOARTE

E DE VIDEOPERFORMANCE (II)
Inaugurada no dia 20 de Dezembro no Panteão Nacional, em Lisboa, a MOSTRA INTERNACIONAL DE VIDEOARTE E DE VIDEOPERFORMANCE integrada no CICLO INTERNACIONAL DE PERFORMANCE, terminou no passado dia 1 de Fevereiro.
Às obras já referidas no dia 28 de Dezembro, de W. Mark Sutherland e Nobuo Kubota (Canadá), Gruppo Sinestetico, Caterina Davinio e Giovanni & Renata Strada (Itália), Clemente Padin (Uruguai), Boris Nieslony, BBB Johannes Deimling e Ak Kraak (Alemanha), Victor Martinez (México), José Oliveira Baptista, Fernando Aguiar, Ana Borralho & João Galante, Carlos Cabral Nunes, Sara Belo & Numanépa e Eurico Gonçalves (Portugal), Oblivia (Finlândia), Marcelo Kraiser & Paola Rettore e Mardônio França (Brasil), Jeffrey Shaw (Austrália), Makslas Simpozijs – Valmeria 07 (Letónia) e Túlio Restrepo (Colômbia), juntaram-se Larissa Ferreira (Brasil), Doron Polak (Israel), Sílvio de Gracia (Argentina), Paula Claire (Inglaterra), Montagne Froide (França) e Rita Rodriguez (Espanha).
A Mostra Internacional de VideoArte e VideoPerformance assim como o Ciclo Internacional de Performance foram comissariados por Fernando Aguiar, e realizados no âmbito do 2º Encontro de Arte Global.
Mostra Video no Panteão
Silvio de Gracia
Larissa Ferreira
Tulio Restrepo
Doron Polak