sexta-feira, 27 de abril de 2012


1º FESTIVAL INTERNACIONAL
DE POESIA VIVA

O Simpósio do 1º FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESIA VIVA decorreu entre os dias 26 e 29 de Abril de 1987, faz agora precisamente 25 anos sobre esse acontecimento que foi marcante na minha atividade poética, e que ficou na memória de todos os que participaram nele, como tenho testemunhado ao longo dos anos.

Por estranha coincidência, o pintor João Mário Penicheiro, a pessoa que me incentivou a organizar o Festival na Figueira da Foz (inicialmente pretendia organizá-lo em Lisboa), faleceu ontem. Lembro-me que o João Mário, pessoa por quem sempre tive uma enorme estima, viveu intensamente esses dias, e como homenagem a este pintor cuja obra não terá sido devidamente apreciada, aproveito para agradecer, uma vez mais, o seu empenho e disponibilidade para que o Festival se realizasse no Museu Municipal Dr. Santos Rocha, dirigido pela Drª. Isabel Pereira, que apoiou desde o início este projeto que, na altura, muita gente considerava impossível de realizar com a dimensão e a projeção que teve, acompanhado por um catálogo com 250 páginas.

As exposições do Festival, coordenado por Fernando Aguiar, E. M. de Melo e Castro e por Rui Zink, inauguram a 3 de Abril de 1987, com a exposição de poemas visuais constituída por obras de 124 poetas (poesia concreta, experimental, visual, poesia-objeto, instalação poética, videopoesia e, pela primeira vez em Portugal, obras de poesia holográfica), a maior parte criadas propositadamente para o Festival, e por uma exposição documental com cerca de 1200 publicações (livros, catálogos, revistas, cartazes, discos, etc.) relacionados com as poéticas experimentais.

No texto de apresentação escrevi que “O principal objectivo do 1º FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESIA VIVA”, foi o de apresentar, pela primeira vez, obras recentes de um conjunto dos mais significativos poetas de vanguarda internacionais, de modo a proporcionar uma visão alargada das diversas correntes no âmbito da poesia de características experimentais”.

“No total, o 1º FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESIA VIVA”, conta com 219 participações de 29 países entre poetas, editoras, revistas e arquivos de poesia…”

O Simpósio, que tinha inicio pelas 9.00 horas e terminava por volta das 24.00 estava estruturado com a audição de poesia sonora da parte da manhã (Maurizio Nannucci, Henri Chopin, Dr. Klaus Groh, Harry Polkinhorn, Jean-François Bory, Philip Corner, Arrigo Lora-Totino, Adriano Spatola, Enzo Minarelli, Richard Kostelanetz e Salette Tavares, entre dezenas de outros poetas sonoros), durante a tarde eram projetados videopoemas (António Dantas, António Nelos, Rigo, Xavier Canals, Klaus Peter Dencker, Giovanni Fontana, Tibor Papp, assim como os filmes de Ana Hatherly e de Sarenco, entre muitas outras obras) e, depois do jantar, as performances e as intervenções poéticas de Ana Hatherly, Jürgen O. Olbricht, José-Alberto Marques, Pablo del Barco, , Alain Arias-Misson, Julien Blaine, Eduardo Kac, Gilberto Gouveia, Guy Bleus, Bernard Heidsiek, António Aragão, Bartolomé Ferrando, Alberto Pimenta, e de Fernando Aguiar / Rui Zink. Os poetas italianos Eugenio Miccini e Sarenco acabaram por não poder estar presentes por um problema com a passagem aérea.

Ficou muito por dizer acerca deste 1º FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESIA VIVA que, por razões várias, acabou por não ter mais edições, mas o texto já vai longo e ficará para uma outra oportunidade.

segunda-feira, 23 de abril de 2012


POETA, MOSTRA A TUA CARA

O poeta Ademir Antonio Bacca organizou mais um volume da coletânea “POETA, MOSTRA A TUA CARA”, desta feita o 6º, que inclui umas dezenas de poetas de todo o Brasil.

No texto de apresentação, Ademir (que conheci em Bento Gonçalves em 1996, quando me convidou para participar no Congresso Brasileiro de Poesia) refere que “O projeto “Poeta, mostra a tua cara” foi criado pelo Congresso Brasileiro de Poesia no ano de 1991, com o objetivo de apresentar aos estudantes de Nova Prata o maior número possível de poetas que estavam anunciando sua participação na terceira edição do evento, que aconteceria no final de Abril e início de Maio do ano seguinte.”

“Na oportunidade, foram publicados quatro volumes de uma só vez, os quais reuniram 120 poetas, com tiragem superior a seis mil exemplares. Estes exemplares foram distribuídos na rede escolar do município e região, além do circuito da poesia alternativa, que foi, e ainda é, a base central do Congresso Brasileiro de Poesia.”

E termina o texto escrevendo “Neste volume 6 são 52 os participantes, entre eles, poetas estreantes, poetas poucas vezes publicados e poetas já conhecidos no circuito da poesia brasileira, o que certamente será de grande valia para os estudantes da rede de ensino de Bento Gonçalves, que encontrarão a publicação nas bibliotecas das suas escolas.”

Resta acrescentar o nome de alguns dos poetas incluídos na antologia, e dizer que a capa foi desenhada por Lindonês A. Possamai, com base num poema visual meu, de 1996, dedicado a Salette Tavares: Brenda Penna Marques, Catulo Fernandes, Cláudia Gonçalves, Jayme Katz, Ju Armos, Karla Júlia, Neida Rocha, Paulo Rodrigues, Ranato Gusmão, Telma Moreira, Walnélia Pederneiras…

terça-feira, 17 de abril de 2012




AITIM

Recebi um curioso convite de J. Enrique Peraza, director da revista AITIM, para colaborar na dita com obras cuja temática se relacionasse com madeira, no caso, árvores. Viu uma referência ao Soneto Ecológico (que [não] comemorou o sétimo aniversário no dia 21 de Março) e achou interessante essa minha obra.

A curiosidade advém do facto de AITIM não ser uma revista de arte ou de literatura, mas uma revista técnica, dedicada à construção civil que utilize como material preponderante a madeira nas suas diversas vertentes, e à comercialização internacional desse produto.

Mas se a situação foi, para mim, singular, já que não é habitual receber um convite com estas características, para o Enrique Peraza não o é, considerando que a AITIM dedica uma secção das suas 80 páginas à arte, onde também aparece um artigo sobre pintores que integram a madeira nas suas obras, como Antoni Tapiés ou Manolo Millares.

Das 7 imagens de obras minhas incluídas nas tês páginas que me são dedicadas, retiro duas que estavam inéditas até então, um dos projetos para a realização do “Soneto Ecológico” e o fotopoema “Soneto de Outono”, que já não me recordo se alguma vez foi publicado n’”O CONTRÁRIO DO TEMPO”. 

Fernando Aguiar, Projeto do "Soneto Ecológico", 2005



Fernando Aguiar, "Visual Poem", 1991



Fernando Aguiar, "Sem Título", 2006




Fernando Aguiar, "Soneto de Outono", 1990

quinta-feira, 12 de abril de 2012


LONARTE 11

Foi entretanto editado o catálogo de LONARTE 11, um projecto que decorreu durante o verão do ano passado, na praia da Calheta, na Madeira, coordenado por Luís Guilherme de Nóbrega.

“Lonarte 11 é um projecto de arte pública lançado pela Câmara Municipal da Calheta em parceria com a Galeria dos Prazeres e que visa dinamizar durante o período de verão a zona balnear deste município, o mais a oeste da ilha da Madeira”.

“Pretende-se com este projecto, onde participam cerca de 40 artistas oriundos dos quatro cantos do mundo, demonstrar e divulgar a expressão artística como um instrumento privilegiado de intervenção social. Descentralizar a criação artística contemporânea através de um suporte e de um formato pouco habitual por forma a dinamizar com esta iniciativa cultural a promenade da Calheta”.

Entre os participantes estão Catarina Machado, António Júlio Duarte, Pedro Calapez, Cristina Ataíde, Fernando Aguiar, Maria João Franco, Ana Vidigal, António Barros, António Nelos, Isabel Santa Clara, Luís Amin, Wang Ping, Silvestre Pestana, Ana Pimentel, Graça Morais, João Leonardo e Miguel Palma.





Fernando Aguiar, S/ Título, 2011


sábado, 7 de abril de 2012


INTER

O número 110 da revista canadiana INTER – Art Actuel, dirigida por Richard Marte,l é dedicado à “language plastique”. Abordando sobretudo temas relacionados com a arte da performance, instalação, arte pública, vídeo e fotografia, inclui nesta edição um “capítulo” de páginas duplas para o qual foram convidados diversos artistas plásticos internacionais como Julie-Andrée T., Marc Dulude, Louis P. Côté, Giovanni Fontana, Francis Arguin, Fernando Aguiar, Daniel Langevin ou Patrick Altman, entre outros.

Com um formato um pouco maior que o A-4 e as suas 108 páginas excelentemente impressas a cor, a INTER contém muitos outros artigos de autores como Alexandre Poulin, Laurent Pilon, Victoria Stanton, Madalena Zaccara, Alain-Martin Richard, Guy Sioui Durand e Nathalie Bachand.

Como referi anteriormente, faço parte do comité de redação internacional desta revista, juntamente com Elisabeth Jappe, Silvio de Gracia, Bartolomé Ferrando, Nelo Vilar, Julien Blaine, Michel Collet, Serge Pey, Balint Szombathy, Giovanni Fontana, Artur Tajber, Gusztáv Uto ou Clemente Padin.

O fotopoema com que colaborei nesta edição é o que se encontra em baixo, e foi reproduzido com dimensões próximas dos 30x43 cm.



Fernando Aguiar, "Calligraphy", 70x100 cm, 2006

segunda-feira, 2 de abril de 2012



POESIA EXPERIMENTAL PORTUGUESA  

A Fundação de Serralves voltou a apresentar a sua colecção de Poesia Experimental Portuguesa, desta feita em Barcelos, na Escola Secundária Alcaides de Faria.

“A partir de meados da década de 60, um grupo de artistas e poetas portugueses configuram, a partir da Poesia Visual, um momento de ruptura que redefine os conceitos de texto e de objecto artístico, fazendo coincidir um discurso poético com um discurso político e com a elaboração conceptual do espaço e dos objectos como transformadores da percepção e da sociabilidade.”

“A presente exposição recupera obras paradigmáticas desta intervenção experimental, realizada entre a década de 60 e a década de 80. Entre outros autores serão apresentadas obras de Ana Hatherly, António Aragão, António Barros, E. M. de Melo e Castro, Fernando Aguiar e Salette Tavares”, refere João Fernandes, o comissário da exposição.

Inaugurou no dia 28 de Fevereiro e estará patente ao público até 6 de Maio das 9.00 às 23.00 horas.

Outras obras minhas que pertencem à coleção do Museu de Serralves:

Ensaio para uma Nova Expressão da Escrita V, 1979



Sete Mil e Quinhentos, 1978



Portugal, 1978