quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Eugenio Miccini, Gabriel R. Silva, F. Aguiar, Lella M. e Enzo Minarelli, Bolonha, 1989
EUGENIO MICCINI…
Gostaria de lembrar de novo Eugenio Miccini que faleceu em Junho deste ano, e que foi um dos mais importantes poetas visuais internacionais. Não só pela sua capacidade criativa como autor, mas pela dinâmica que imprimiu aos grupos de poetas que integrou nos anos 60 e 70. E também como editor, director de revistas e organizador de eventos.
Tomei contacto com a obra de Miccini através da “Antologia da Poesia Visual Europeia”, organizada por Josep M. Figueres e por Manuel de Seabra, em 1976, e a partir daí não deixei de admirar a obra desse imaginativo poeta.
Em 1987 convidei o Eugenio Miccini juntamente com o Sarenco para virem a Portugal participar no Simpósio do 1º Festival Internacional de Poesia Viva que se realizou no Museu Dr. Santos Rocha, na Figueira da Foz mas, infelizmente, os bilhetes de avião enviados pela agência de viagens só chegaram no dia seguinte ao voo.
Dois anos depois tive o prazer de conhecer o Eugenio em Itália, quando eu e o Gabriel Rui Silva organizámos a exposição “CONCRETA.EXPERIMENTAL.VISUAL–Poesia Portuguesa 1959-1989”, na Universidade de Bolonha. Teve a amabilidade de se deslocar de Florença expressamente para a inauguração da exposição e ofereceu-me o magnífico livro-catálogo “POESIA VISIVA – 5 Maestri”.
Mais tarde estive novamente na companhia de Eugenio e de outros importantíssimos poetas em Spoleto, Itália, onde convivemos durante uma dúzia de dias, naquele que foi para mim um dos mais importantes Encontros em que participei, por poder conversar e trabalhar com tantos poetas que eu admirava, sendo além disso, o (bastante) mais novo e “aprendiz” daquele grupo de poetas fundamentais na poesia visual internacional.
A última vez que estive com Eugenio Miccini foi em Florença, em 2004, durante a 5ª Edizione del Festival Internazionale di Poesia in Azione “A + VOCI”, no Giubbe Rosse, e onde para além de uma intervenção poética, o Eugenio falou sobre a obra de Emílio Villa.
Em pé: Julien Blaine, Jonh Furnival, Balint Szombathy, Lamberto Pignotti, Sarenco, Shohachiro Takahashi, Eugenio Miccini, Karel Trinkewitz, Emmett Williams, Bernard Heidsieck, E. M. de Melo e Castro.
Em baixo: Vanessi (pintor), Fernando Aguiar, Enrico Mascelloni (crítico), Klaus Peter Dencker e Ann Noël, em Roca di Umbertide, Itália, 1995

…E EMMETT WILLIAMS

O único contacto que tive com Emmett Williams foi também em Spoleto, e fiquei com a ideia de ser uma pessoa simpática e espirituosa. Mais ligado ao movimento Fluxus, apesar de colaborar várias vezes em eventos de poesia experimental (aliás, foi o autor de uma das primeiras antologias de poesia concreta, “An Anthology of Concrete Poetry”, publicada em 1967 pela Something Else Press de New York, dirigida por Dick Higgins), Emmett, que nasceu em 1925 tal como Eugenio Miccinni, faleceu a 14 de Fevereiro deste ano.
F.Aguiar, I. Vitali, E. Szkàrosi, M. Mori, A. Bem Dhiab, F. Smalzi e E. Miccini, entre outros, no Guibbe Rosse, em Florença, 2004

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