sábado, 27 de novembro de 2010

PROJECTO EDITORIAL
BANDA LUSÓFONA

O incansável Floriano Martins criou este ano o Projecto Editorial Banda Lusófona como complemento ao Projecto Editorial Banda Hispânica, um imenso laboratório de escritores sul-americanos e espanhóis.

A Banda Lusófona pretende seguir o mesmo caminho e conta já com escritores de Angola, Brasil, Cabo-verde, Guiné, Moçambique, Portugal e de São Tomé e Príncipe.

Os poetas portugueses representados são Alberto Pimenta, José do Carmo Francisco, Ana Hatherly, Luiza Neto Jorge, Ana Marques Gastão, Manuel António Pina, António Barahona, Manuel Gusmão, Armando Silva Carvalho, Maria Estela Guedes, Maria Teresa Horta, Cruzeiro Seixas, Nicolau Saião, Dalila Teles Veras, Nuno Júdice, Fernando Aguiar, Pedro Tamen, Rosa Alice Branco, José-Alberto Marques e Sylvia Beirute, entre outros.


Como ilustração fica o poema “A Força Daquele Fogo” do meu livro “TUDO POR TUDO”, publicado o ano passado pela Escrituras Editora de S. Paulo, numa colecção dirigida precisamente pelo Floriano Martins.


A FORÇA DAQUELE FOGO



prendo a prenda com que aprendo

repreendo a presa e digo logo

reforço a força com que defendo

a frase maior daquele fogo.



a face firo e na forca enformo

a fístula ínfima insofismada

do facto tiro mas não retorno

à frase feita que não diz nada.



trago o esforço com que traço

retraço o espaço no retrocesso

meço a laço enquanto refaço

o processo escasso e adormeço.



na larga corda com que medeio

me dou e leio o lírico lado

se ladro louco lá fico no meio

do lodo do lago logo afogado.



terça-feira, 23 de novembro de 2010


POEMOGRAFIAS
EXPOSIÇÃO ITINERANTE DE POESIA VISUAL

Com a aproximação do final do ano, começa a ficar pouco tempo para lembrar alguns projectos que fazem agora 25 anos, como é o caso de PERFORM’ARTE – I Encontro Nacional de Performance, que co-organizei com o Manoel Barbosa e com a Cooperativa de Comunicação e Cultura de Torres Vedras, do livro POEMOGRAFIAS – Perspectivas da Poesia Visual Portuguesa, e da exposição que lhe esteve associada, ambos organizados por mim e pelo Silvestre Pestana (factos recordados no mês passado quando, curiosamente, nos encontrámos os três, juntamente com outros performers que participaram em PERFORM’ARTE, durante o Encontro LINE UP, que decorreu no final de Outubro em Coimbra, e que também será objecto de uma postagem, assim que me forem enviadas fotografias das performances realizadas).

Considerando que em Setembro do ano passado recordei o livro POEMOGRAFIAS, a propósito de ter feito nesse mês 26 anos que conheci a quase totalidade dos poetas “históricos” da Poesia Experimental Portuguesa, falemos então de “POEMOGRAFIAS – Exposição Itinerante de Poesia Visual”, que foi organizada na sequência da publicação do livro, que considerámos desde logo ser uma componente importante do projecto POEMOGRAFIAS, atendendo ao facto do nosso trabalho não se reduzir à bidimensionalidade da página do livro, mas igualmente para ser exposto e apresentado noutros suportes, como a instalação, objecto ou a performance.

Com um catálogo de 24 páginas patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian, a exposição foi apresentada durante 1985 na Galeria Diferença, em Lisboa (21 de Janeiro a 8 de Fevereiro), na Galeria Nova, em Torres Vedras (2 a 16 de Março),na Galeria Municipal de Arte, em Évora (5 a 26 de Maio) e na Galeria C.A.P.C, em Coimbra (16 a 30 de Novembro). Esteve também prevista uma apresentação na Galeria Mercado de Escravos, em Lagos, durante o mês de Julho, mas como a direcção da galeria não assegurava o acompanhamento da exposição, e eu não tive possibilidade de ficar 15 dias em Lagos, optei por não a apresentar nessa cidade.

Seria interessante falar separadamente de cada uma das 4 apresentações, porque todas elas tiveram características diferentes relacionadas com os espaços e com a disponibilidade dos poetas para participarem e realizarem leituras ou performances. Mas por manifesta falta de tempo, deixarei isso para uma outra oportunidade.

Talvez para quando se comemorar os 30 anos sobre a sua apresentação…

Participaram na exposição todos os poetas representados no livro, isto é, Abílio-José Santos, Alberto Pimenta, Ana Hatherly, Antero de Alda, António Aragão, António Barros, E. M. de Melo e Castro, Fernando Aguiar, José-Alberto Marques, Salette Tavares e Silvestre Pestana.

Nas inaugurações foram apresentadas leituras ou performances por Salette Tavares, Alberto Pimenta e E. M. de Melo e Castro, na Galeria Diferença, Alberto Pimenta na Galeria Nova em Torres Vedras e na Galeria Municipal de Évora, e de E. M. de Melo e Castro e Fernando Aguiar, na Galeria C.A.P.C.


 Salette Tavares, Gal. Diferença

Alberto Pimenta, Gal. Diferença

  E. M. de Melo e Castro, Gal. Diferença

 Alberto Pimenta, Gal. Nova

 Alberto Pimenta, Gal. Mun. de Évora

 Alberto Pimenta, Gal. Mun. de Évora

 E. M. de Melo e Castro, Gal. CAPC

 Fernando Aguiar, Gal. CAPC

sexta-feira, 19 de novembro de 2010


DELTA

A revista japonesa DELTA – Revue Internationale pour la poésie expérimentale, é uma publicação dirigida por Shin Tanabe, na qual já participei algumas vezes.

Nesta DELTA Nº 28, e para além dos poemas ideográficos japoneses, os quais, obviamente, não entendo, participam na secção dedicada à poesia visual internacional, que é uma característica desta revista, Bartolomé Ferrando, Ryosuke Cohen, Demosthenes Agrafiotis, Fernando Aguiar, Franco de Bernardi, Guy R. Beining, Hans Brög, John M. Bennet, Julien Blaine, Scott Helmes e o próprio editor.

Junto com a DELTA, chegou-me um pequeno livro de poemas visuais intitulado “Inscribed Poem”, de autoria de Shin Tanabe, com uma cuidada impressão, como é comum nas publicações japonesas.



Fernando Aguiar, "Ser + ou - Poemas", 2004

domingo, 14 de novembro de 2010


VOIX DE LA MÉDITERRANÉE


O 13º Festival de Poésie – VOIX DE LA MÉDITERRANÉE decorreu em Lodève, entre os dias 17 e 25 de Julho, numa série de locais desta pequena cidade francesa, desde os mais usuais e lógicos aos mais inusitados como, por exemplo, dentro de um riacho, conforme demonstra a capa do programa.

Foram convidados cerca de uma centena de poetas dos países banhados pelo mediterrâneo, e cada um faz uma série de leituras em diversos espaços pelo que, durante os nove dias que decorre o Festival, há leituras ininterruptas desde as 10.00 até às 21.00 horas, ao que se seguem os espectáculos musicais, entre os quais o da fadista Cristina Branco. Paralelamente decorre o Marché de la Poésie, com a presença de mais de uma centena de pequenos editores, muitos dos quais com um catálogo de livros-objecto e de revistas alternativas.

Participei no VOIX DE LA MÉDITERRANÉE em 1999 e em 2007. Este ano fui novamente convidado para participar e para fazer parte do Comité Internacional, juntamente com Bartolomé Ferrando, Henri Deluy, Bernard Nöel, Démosthène Agrafiotis, Nani Balestrini, Giovanni Fontana, entre outros poetas da Palestina, Roménia, Turquia, Líbano, Croácia e da Argélia.

Aceitei o convite para o Comité Internacional, mas como já me tinha comprometido com o Belô Poético – 6º Encontro Nacional de Poesia de Belo Horizonte, que se realizou na mesma altura, não foi possível estar este ano em Lodève.

Edição que deve ter sido de grande qualidade pelo número de poetas envolvidos e pela qualidade dos mesmos. Foi publicada uma antologia com obras de todos os participantes e vou registar algumas das presenças, a começar pela participação portuguesa, Rosa Alice Branco (que, curiosamente, conheci em Lodève, em 1999, na companhia de Egito Gonçalves – penso que nesse ano fomos os únicos portugueses participantes. Em 2007 estive com o Américo Rodrigues e o Casimiro de Brito).

Mas, prosseguindo com os participantes, temos Joan Casellas, Edith Azam, Julien Blaine, Michel Collet, Marc Delouze, Liliane Giraudon, Michèle Métail, Serge Pey, poetas de Marrocos, Sérvia, Síria, Tunísia, Iraque, Israel, Jordânia, Kosovo, Líbia, Macedónia, Malta e muitos dos poetas que fazem parte do Comité Internacional.

Resta dizer que Jean-François Bory, um dos mais conceituados poetas experimentais franceses, com quem estive em Junho, na Sardenha, a participar no Festival “Poesia Azioni e Parole”, organizou uma exposição de poesia visual que vai dos futuristas italianos, e dos dadaístas, aos poetas Fluxus, concretistas e visuais, na qual também estive representado, juntamente com os outros autores que participaram no Festival da Sardenha, onde realizámos uma obra especificamente para esta exposição, e que vão ser editadas em serigrafia, pela Editorial Al Dante, de Paris, com uma tiragem de apenas 28 exemplares.

terça-feira, 9 de novembro de 2010


ART & ANARCHIE

André Robèr organizou para as Editions K’A a antologia ART & ANARCHIE com vários dos autores que colaboram regularmente na revista parisiense “ANARTISTE”, que publicou até agora 14 números.

A antologia, de 226 páginas, é constituída sobretudo por textos (teóricos, críticos e filosóficos) alguma poesia verbal e visual, fotografia e banda desenhada (pouca de ambas).

Dos 20 autores refiro Serge Pey, Luc Fierens, Julien Blaine, Camilo Capolongo, Patrício Salcedo, André Robèr e Cathy Heyden.

De minha autoria foram incluídos 4 poemas visuais de 2006 e 2007, três deles da série “Alfabeto”.



Fernando Aguiar, "Hh", 2007

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

FERNANDO AGUIAR
Poesia Visual 1972 - 2005

Integrada igualmente no XVIII Congresso Brasileiro de Poesia, realizou-se uma exposição com cerca de 60 dos meus poemas visuais, criados entre 1972 (data dos primeiros poemas experimentais que escrevi), até 2005, revelando as diversas fases do meu trabalho.

Esta exposição foi apresentada na Galeria do S.E.S.C., juntamente com a XV Mostra Internacional de Poesia Visual, este ano intitulada “Linguagens Internacionais da Poética Visual”, que organizei a convite de Ademir A. Bacca, o organizador do Congresso.

O Congresso Brasileiro de Poesia decorre na cidade de Bento Gonçalves, no Brasil, sempre durante o mês de Outubro.

Mas o melhor é ficarmos com alguns dos poemas que estiveram expostos.



NO, 1998

Ensaio Deste Tamanho, 1980

Ensaio para uma Nova Expressão da Escrita, 1984

Soneto Ecológico, 2005

Soneto de Lixo com Moldura de Luxo, 1989
(Homenagem a Augusto de Campos)

Paz na Terra, 1978