segunda-feira, 27 de abril de 2009

EX!POESÍA’08
A Bienal de Poesia Experimental de Euskadi - EX!POESÍA’08, organizada por J. Jesus Sanz com coordenação de José Blanco, Fausto Grossi e Patxi Serrano, entre outros, decorreu durante o mês de Novembro em Barakaldo e em Bilbao, e integrou várias actividades como uma exposição de poesia visual e de publicações dedicadas à poesia experimental na Biblioteca Central de Barakaldo, uma exposição de “Poster Poemas” de Guillen Viladot, no Conservatório de Música de Sestao, uma exposição de arte postal no Spazio Grossi, apresentação de vídeos, mesas-redondas e leituras.
Na exposição de Poesia Visual participaram cerca de 80 autores, entre os quais Hilda Paz, Sílvio de Gracia, Alfonso López Gradolí, António Gómez, António Montesino González, António Orihuela, César Reglero, Felipe Lamadrid, Francisco Aliseda, Ibirico, Isabel Jover, J. Jesus Sanz, Javier Seco, Joaquim Gómez, José Blanco, José Luís Campal, Josep Sou, Juan López de Ael, Pablo del Barco, Pedro Bericat, Pere Sousa, Rodolfo Franco, Reed Altemus, Giovanni Strada, Ruggero Maggi, Emerenciano, Fernando Aguiar e Clemente Padin.
Na exposição de homenagem a Jon Andoni Goikoetxea participam para além de alguns dos poetas já referidos, Nel Amaro, Xavier Sabater, Bartolomé Ferrando, Fausto Grossi e Patxi Serrano.
As palestras e as performances poéticas estiveram a cargo de Massimiliano Gusmaroli, Mary Zurbano, Mari Ishiwata, Ramón Churruca, Patxi Serrano, Javier Seco, Pere Sousa e de António Gómez.
Nos diversos espaços de exposição estiveram as “BolaBellamatic”, as clássicas máquinas de bolas, mas que em vez de pastilhas, relógios ou brinquedos, vendem bolas com pequenos objectos artísticos, criados especificamente para este projecto de Diego Ortiz e de Pepe Murciego.
Finalmente, nesta Bienal foram ainda apresentadas uma centena de publicações que abordam a poesia experimental num sentido amplo, entre as quais as da Asociación Cultural Myrtos, Boek861, Brain Cell, Offerta Speciale, Carpetas El Paraíso, Veneno, Container, LaLata, Ediciones Trashumantes, Edita, El Taller de Zenón, Experimenta, La Más Bella, La Última Canana de pancho Villa, La Única Puerta a la Izquierda, Labcrom di Sol, Merz Mail, Metamorfosis, Bíblia, Labolsa, Sedicions, La Hoja e Texturas. Tudo isto vem devidamente referenciado e ilustrado no catálogo que recebi recentemente.
Fernando Aguiar, 2008

quarta-feira, 22 de abril de 2009

COISAS DE LITERATURA
Não costumo referir n’ “O Contrário do Tempo” críticas ou artigos publicados na imprensa acerca do que faço, mas considerando a leitura que o Prof. José Fernandes faz do meu trabalho e, principalmente, a sua visão sobre aquilo que considera “O Contrário do Tempo”, aqui ficam as suas palavras, respondendo a Raul, um estudante português de literatura portuguesa e brasileira acerca da sintonia entre portugueses e brasileiros em relação ao conhecimento mútuo do que se cria em cada país em termos de arte literária. Despois de reponder a várias questões sobre escritores contemporâneos, José Fernandes refere-se assim ao meu trabalho:
“Falamos da originalidade de Fernando Aguiar, um “performer” de índole experimental que infunde, com os gestos e com a imagem, um inconfundível sopro de vida às suas criações de poemas visuais. Conservando um pouco da estética grega, que via no corpo a mais legítima expressão do belo, ele consegue sintonizar a palavra, a imagem ao movimento do corpo, como se ele fosse o poema por excelência. Para bem compreender seu processo de criação, basta dar uma olhada no “Soneto acerca do erotismo”, em que a arte e sua metafísica, imprescindíveis à comunicação, constituem um todo indivisível, de tamanha concretude que se pode tocar o poema com os olhos e com os dedos, como se a linguagem fosse um processo contínuo de desvelamento.
Desculpe-me, mas desejo explorar-lhe um pouco mais, pois Aguiar intitula suas performances e suas exposições de “O contrário do tempo”. Existe alguma coisa que possa ser contrária a ele?
Acredito, caro Raul, que um padre aí mesmo de Portugal, João Antônio, nos oferece o ponto de partida para esta reflexão, quando pergunta: “Somos nós que fazemos o tempo ou é o tempo que nos (des)faz a nós?” Pensando em arte, parece-me que, se o tempo nos desfaz, nos carcome e, em decorrência, nos destrói, a partir do momento em que o artista cria um objecto estético que seja capaz de desfazer o tempo, de vencer o seu imponderável poder de destruição, este ser artístico está sendo contrário a ele. É neste sentido que o artista e a arte se lhe contrapõem. A arte é o contínuo ressuscitar do artista.”
Este texto foi publicado no “Diário da Manhã” de 14 de Abril de 2009, em Goiânia, no Brasil.

Fernando Aguiar, "Soneto Acerca do Erotismo", 1997

domingo, 19 de abril de 2009

PERCORSI DELLA SCRITTURA
Inaugurou hoje na Chiesa San Bernardino, em Vercelli, Itália, a exposição “PERCORSI DELLA SCRITTURA”, organizada por Fernanda Fedi e por Gini Gini.
Estes dois poetas visuais italianos, autores de numerosos livros de artista, têm organizado várias exposições, incluindo uma na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, precisamente com livros-objecto de artistas italianos.
Nesta mostra em Vercelli, participam cerca de 80 poetas “verbais” com poemas manuscritos, e poetas experimentais e visuais com obras que aliam a palavra à imagem.
Alguns dos participantes, pela ordem em que constam no cartaz que me foi enviado são: Fernando Aguiar, Paolo Barrile, Vittore Baroni, Mirella Bentivoglio, Carla Bertola, Tomaso Binga, Anna Boschi, Carlo Marcello Conti, Marcello Diotallevi, Gio Ferri, Elisabetta Gut, Oronzo Liuzzi, Arrigo Lora-Totino, Ruggero Maggi, Lucia Marcucci, Enzo Miglietta, Enzo Minarelli, José Oliveira, Luca Maria Patella, Michele Perfetti, Lamberto Pignotti, Gian Paolo Roffi, Sarenco, Alberto Vitacchio e Wiliam Xerra.
A exposição vai ser apresentada noutras cidades italianas e, proximamente, será publicado o catálogo da mesma.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

ESPACIO PERFORMANCE
ESPACIO PERFORMANCE – Primer Ciclo de Performances, Conciertos y Conferencias de la 19ª Edición de la Bienal de Zamora, foi o nome com que Marijose Tobal e os seus companheiros baptizaram este evento de Performance que decorreu em Janeiro na bonita e acolhedora cidade de Zamora, no norte de Espanha.
Já aqui tinha referido a Bienal a propósito da minha participação na exposição “Registos Conceptuales - Outra Mirada al Mundo del Arte”, que teve lugar na Sala de Exposiciones de Caja Duero, com obras de Arte Conceptual Espanhola, mas também com uma das minhas pinturas da colecção do Museu Vostell Malpartida.
Desta vez, e já na posse das fotografias da intervenção que lá apresentei, refiro-me então ao ESPACIO PERFORMANCE que decorreu no Centro Cultural “La Alhóndiga”, com início a 13 de Janeiro com um “(des)concierto” do importante artista Zaj Juan Hidalgo, precedida de uma conferência de José António Agúndez sobre o Museo Vostell Malpartida. No dia 29 de Janeiro realizou-se a conferência do professor José Alberto Conderana, a performance do histórico artista Fluxus, Ben Patterson, que tive o prazer de conhecer em 1995 em Malpartida de Cáceres (e que voltei a ver em Essen, na Alemanha, em 2007, quando ambos participámos no Festival “DER LANGE ATEM – Meister der Internationalen Performance – Szene”), e a artista madrilena Nieves Correa, que 2 semanas antes tinha estado em Lisboa a participar no Ciclo Internacional de Performances que organizei no Panteão Nacional.
No dia seguinte Othon & Tomasini apresentaram um divertido mas profissional concerto para piano e voz e depois, Philip Corner, outro histórico artista Fluxus, realizou uma imensa performance com a participação de Phoebe Neville, onde foi recriada, entre outros, “A Music for Philip Corner” de Wolf Vostell.
No último dia de Janeiro, a sempre enérgica Esther Ferrer, a quem recentemente foi atribuído o Prémio Nacional de Artes Plásticas, em Espanha, apresentou a intervenção “El arte de la performance: teoria y prática”, cabendo-me a mim encerrar o ESPACIO PERFORMANCE com um “Soneto-Acção”.
Philip Corner y Phoebe
Esther Ferrer
Fernando Aguiar

domingo, 12 de abril de 2009

TROPOFONIA
TROPOFONIA é um programa que passa na rádio UFMG EDUCATIVA 104.5, da Universidade de Minas Gerais, e assume-se como “um laboratório de sons e palavras”.
Programa de experimentação sonora, nasceu na cidade de Rosário, na Argentina, em Fevereiro do ano passado, e passou a ser igualmente apresentado em La Paloma, no Uruguai, tendo ambos os programas uma frequência semanal.
TROPOFONIA Belo Horizonte começou a ser apresentado no dia 6 de Abril, dedicado à autora argentina Alejandra Pizarnik, assumindo-se assim como a terceira sede deste programa cultural, em simultâneo com os países já referidos.
O segundo programa de TROPOFONIA Belo Horizonte ser-me–à dedicado e vai para o ar amanhã, dia 13, entre as 23.00 e as 24.00, isto é, entre as 3.00 e as 4.00 horas de Lisboa. O programa foi gravado no final de Março, e tive a oportunidade de dar uma pequena entrevista, e colaborar na leitura colectiva do meu poema “Problemática da Dificuldade”.
Segundo os autores de TROPOFONIA, Sebastián Moreno, Laia Ferrari e Wilmar Silva, “Cada edição é dedicada a um autor-criador de todas as áreas: poesia, literatura, teatro, música, cinema. Um ensaio sonoro que apresenta a vida e a obra do autor na mutação das vozes, interpretadas com a liberdade livre. Utilizando as nossas vozes que se multiplicam e querem pensar de dentro das próprias palavras, sendo as palavras-vozes que o autor sentiu, pensou e escreveu. Experiências que se cruzam na fusão das línguas espanhola e portuguesa. Além de recursos possíveis ao rádio, realizamos a leitura de uma obra de arte que acontece nas ondas dos sentidos vocais, recriando a comunicação a partir de um laboratório de sons ao vivo e em cores”.
“TROPOFONIA – uma experiência de trabalho coletivo que revela a criação artística nas ondas do ar, a poiesis de uma experimentação, produção e circulação da poesia em estado de vozes”.
Os próximos programas são dedicados a Leo Masliah (Uruguai) e ao poeta brasileiro Affonso Ávila. Para ouvir em directo, clicar em: http://www.ufmg.br/online/radio/arquivos/002140.shtml
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PROBLEMÁTICA DA DIFICULDADE
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está difícil. está muito difícil.
está mesmo muito difícil. es
tá realmente mesmo muito
difícil. não há dúvida que est
á realmente mesmo muito di
fícil.
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está difícil. está muito difícil.
está muito mais difícil, está
mesmo muito mais difícil. es
tá realmente mesmo muito m
ais difícil. não há dúvida que
está realmente mesmo muito
mais difícil.
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está difícil. está muito difícil.
está ainda mais difícil. está a
inda muito mais difícil. está
mesmo ainda muito mais dif
ícil. está realmente mesmo ai
nda muito mais difícil. não h
á dúvida que está realmente
mesmo ainda muito mais dif
ícil.
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está difícil. está muito difícil.
está cada vez mais difícil. est
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difícil. está mesmo cada vez
ainda muito mais difícil. está
realmente mesmo cada vez a
inda muito mais difícil. não h
á dúvida que está realmente
mesmo cada vez ainda muito
mais difícil.
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para quem julga que estou a e
xagerar, não digo apenas que
não há dúvida que está realme
nte mesmo cada vez ainda mu
ito mais difícil. nem que está d
ificílimo. está dificilíssimo !
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Fernando Aguiar, "Problemática da Dificuldade", 1988

quarta-feira, 8 de abril de 2009

ART MADRID 09
Ainda não tinha tido a oportunidade de informar que também participei na 4ª Edição da Feira de Arte Contemporânea ART MADRID que se realizou de 12 a 16 de Fevereiro no Pabellón de Cristal de la Casa de Campo de Madrid, com a participação de 74 galerias europeias e latino-americanas, incluindo algumas portuguesas.
A decorrer em simultâneo com a AR.CO, a ART MADRID é considerada a segunda maior Feira ibérica dedicada à arte contemporânea internacional.
Participo nesta edição da ART MADRID no stand da Perve Galeria, juntamente com obras de Chirico, Dieter Roth, Leonor Fini, Picasso, Sónia Delaunay, Victor Brauner, Wilfredo Lam, Cruzeiro Seixas, Mário Cesariny, Artur Bual, Feito, Pedro Wrede, Gabriel Garcia, Joanna Concejo, Glenda Sburlin e Penk.
Fernando Aguiar, "We Love Visual Poetry", 1997

sexta-feira, 3 de abril de 2009

RAMPIKE
RAMPIKE é uma das revistas que mais vezes têm publicado material meu. Esta colaboração vem de 1988, e se é certo que desde há alguns anos faço parte do corpo de correspondentes internacionais desta importante revista de literatura e arte canadiana, a verdade é que Karl Jirgens, o editor da revista, vem desde o final dos anos 80 publicando regularmente os meus textos, fotografias de performances, poemas visuais ou então, como foi o caso destes dois últimos números, deu um especial destaque ao meu trabalho.
No número anterior a capa e a contracapa de RAMPIKE foram feitas com poemas visuais meus, e desta vez, no Vol. 18 / Nº1, o editor dedicou 6 páginas ao Soneto Ecológico, plantado em Matosinhos em 2005 e agora revisitado.
Para além do meu texto sobre o Soneto, com tradução de John Matias, são publicados 3 dos projectos que realizei na altura, fotografias do happening que constituiu a plantação do soneto no Dia da Árvore por cerca de 140 pessoas, e fotografias tiradas em Março de 2007, quando do arranjo paisagístico do Parque do Soneto e da construção do “Recanto da Poesia”.
Finalmente apresenta uma vista aérea do Soneto Ecológico, tirada do Google Maps, que dá a verdadeira dimensão deste Soneto vivo em relação ao Bairro da Seara, cujo comprimento abarca a largura de 7 dos edifícios deste novo bairro residencial.
Outras colaborações na RAMPIKE estão a cargo de Brenda Saunders, Brian Henderson, Noni boyle, Roy Miki, Judith Copithorne, Rita Wong, Paul Huebner e Christine Sy com textos, poemas, ilustração e fotografia.
Para uma espreitadela aérea (antes do arranjo paisagísitico) clicar em http://maps.google.pt/maps?hl=pt-PT&ie=UTF8&ll=41.187578,-8.673151&spn=0.000955,0.00176&t=h&z=19
Um dos projectos do Soneto Ecológico, 1985
Happening realizado no dia 21 de Março de 2005
Vista aérea do Google Maps

Inauguração da sinalética, 21 de Março de 2007