segunda-feira, 30 de maio de 2011


DELTA


Tanabe Shin editou em Março mais um número (o 29) da “DELTA – Revue internationale pour la poésie expérimentalle”, o que acontece de há vários anos para cá, com uma regularidade nipónica, já que a revista é publicada em Chiba, no Japão.

Tem 48 páginas, e dos escritores japoneses não posso adiantar grande coisa devido à ilegibilidade dos caracteres, mas o Tanabe Shin dedica as páginas centrais da DELTA, impressas em papel couché, à poesia experimental e visual internacional.
 
 
São 16 páginas com obras de Misako Yarita, Demosthenes Agrafiotis, Fernando Aguiar, Ryosuke Cohen, Jonh M. Bennett, Klaus Peter Dencker, I. C. Vinholes, Richard Kostelanetz, Scott Helmes, Guy R. Beining, Julien Blaine e do próprio Shin. Em baixo o meu poema incluído na DELTA 29.


Fernando Aguiar, "(Re) Descobertas", 1997

domingo, 22 de maio de 2011

 
CIDADE aTRAVESSA


Nos dias 18 e 19 deste mês decorreu na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, o CIDADE aTRAVESSA, um evento mensal que se realiza no Rio de Janeiro e em São Paulo, e que teve, pela primeira vez, lugar em Lisboa.

Nas palavras do organizador, Márcio-André, “O evento surge da necessidade de criar um núcleo móvel da palavra, unindo os movimentos de diversas partes do mundo e fazendo convergir as diversas vertentes poéticas actuais, no seu amplo aspecto de entendimento. Leituras, performances de poesia sonora, filmes que experimentam a palavra, poemas visuais, além de conferências instigantes e entrevistas abertas, levam ao público o que há de mais actual na poesia contemporânea. Tudo, claro, regado a absinto, bebida que se tornou símbolo do evento”.

As hostilidades tiveram início com o lançamento do livro “POLIPOESIA – entre as poéticas da voz no século XX”, do poeta italiano Enzo Minarelli, de que já aqui falei, ao que se seguiu a apresentação de dois filmes de Christian Caselli, leituras de Ramón Peralta, Ruy Ventura e Victor Paes (via skipe), a entrevista aberta, conduzida por Paulo Raposo, com António Cícero e Henri Deluy, tendo a sessão terminado com a minha intervenção poética.

No dia 19, Graça Capinha e Arie Pos foram os protagonistas da conferência-bomba, Márcio-André apresentou o filme “Cidade Reposta”, Ana Ramiro, Guilherme Zarvos e João Rasteiro leram os seus poemas antes da entrevista aberta com Ana Luísa Amaral e João Gilberto Noll. A noite terminou em beleza com uma performance de poesia sonora pelo Enzo Minarelli.

As apresentações foram do Tiago Gomes, director da revista “BÍBLIA” e o apoio técnico do Nuno Oliveira, coordenador do Epipiderme, com a ajuda do Colectivo BU.


A. Cícero, Henri Deluy, P. Raposo


Ruy Ventura


Arie  Pos e Graça Capinha


Ana M. Ramiro, G. Zarvos, J. Rasteiro


João G. Noll e Ana Luísa Amaral


Márcio-André 


Fernando Aguiar


Enzo Minarelli

domingo, 15 de maio de 2011



POESIA EXPERIMENTAL PORTUGUESA

Inaugurou no dia 6 de Maio mais uma apresentação de exposição “Poesia Experimental Portuguesa”, da colecção da Fundação de Serralves, agora no Museu de Arte e Arqueologia em Viana do Castelo.

E mais uma vez os poetas que participam na exposição não foram convidados para a inauguração ou, simplesmente, informados que a mesma se iria a realizar, tendo ficado a saber desta mostra pela internet. Mesmo não nos querendo convidar, uma simples informação seria da mais elementar razoabilidade e boa educação, mas o mesmo não pensam os responsáveis pelo Museu de Serralves, optando pela falta de consideração pelos autores das obras porque, afinal, é disso que se trata. Mesmo sendo estas propriedade do Museu.

A mostra, comissariada por João Fernandes, director do Museu de Serralves, inclui obras de Ana Hatherly, António Aragão, António Barros, E. M. de Melo e Castro, Fernando Aguiar, Salette Tavares e Silvestre Pestana.

No texto publicado no “Cultura online”, pode-se ler que “A partir de meados da década de 60, um grupo de artistas e poetas portugueses configuram, a partir da Poesia Visual, um momento de ruptura que redefine os conceitos de texto e de objecto artístico, fazendo coincidir um discurso poético com um discurso político e com a elaboração conceptual do espaço e dos objectos como transformadores da percepção e da sociabilidade”.

“Nos seus eventos, exposições, objectos e edições, os poetas experimentais surgem em Portugal como precursores das linguagens conceptuais e da arte processual, usando materiais pobres redefinindo o objecto de arte e insistindo na revelação do próprio fazer inerente à criação artística. Vanguardistas em relação ao contexto literário e artístico português, sofrerão por outro lado uma marginalização consequente da radicalidade de muitas rupturas em relação a estes dois campos”.

“Nos dias de hoje, a Poesia Experimental Portuguesa é uma desconhecida de grande parte dos públicos literários e artísticos portugueses, apesar de representar um daqueles raros momentos em que, no século XX, um conjunto de criadores foi em Portugal completamente contemporâneo do seu tempo, participando assiduamente em todas as exposições e publicações internacionais mais significativas neste contexto".

Como não sei que trabalhos meus é que estão expostos, deixo aqui três deles que pertencem à colecção de Serralves.

"Ensaio para uma Nova Expressão de Escrita V", 1979


 "Socorro!", 1977

"Ensaio para uma Nova Expressão da Escrita III", 1978

segunda-feira, 9 de maio de 2011


BIG ODE

“Decadência” é o mote da última BIG ODE – Poesia e Imagem. Última no sentido mais literal, porque o Rodrigo Miragaia não pretende continuar com a edição desta revista que teve um percurso importante e inovador, apesar de ter passado um pouco despercebida, como a maior parte, aliás, das revistas alternativas.

Ao longo de nove números, abrangendo vários formatos, tiragens e suportes (estou a recordar-me, por exemplo, dos dois números editados em caixa, com as 150 “páginas” enviadas directamente por cada um dos autores), a BIG ODE editou originais de uma diversidade de escritores, fotógrafos, designers, poetas (verbais e visuais), pintores, performers e autores de banda desenhada, portugueses e estrangeiros.

Apesar deste ser o número 8 e revista publicou 9 números, já que a primeira BIG ODE teve o número zero e incluiu um extenso artigo sobre Salette Tavares, incluindo vários dos seus poemas experimentais.

Tive o privilégio de acompanhar o nascimento da revista e de participar em quase todos os números, incluindo o presente, que tem como destaque uma entrevista ao Prof. Klaus Peter Dencker, que o Rodrigo conheceu em Lisboa, durante a exposição “Linguagens Abrangentes”, organizada por mim na Galeria Pedro Serrenho – Arte Contemporânea, em Novembro de 2006, onde o Rodrigo lançou precisamente o já referido Nº 0.

Mas, dizia eu, esta BIG ODE tem entre outros, a colaboração de A. Da Silva O., Clemente Padin, Hugo Pontes, Fernando Machado Silva, Sérgio Monteiro de Almeida, Angelo Mazzuchelli, Hilda Paz, António Barros, Artur Aleixo, Rui Tinoco, Paulo Pego e Constança Lucas.

terça-feira, 3 de maio de 2011


POESIA DIGITAL:
teoria, história, antologias

Depois de ter publicado em 2009 o livro “POESIA ELETRÔNICA: – negociações com os processos digitais”, o professor Jorge Luiz Antonio lança agora uma nova versão desse livro, com o título “POESIA DIGITAL: teoria, história, antologias”.

Segundo Franklin Valverde, “Em Poesia digital: teoria, história, antologias, Jorge Luiz Antonio traz um panorama da história da poesia digital, desde os seus primórdios, em 1959, até os nossos dias, com as mais avançadas e criativas inovações. O autor mostra como os recursos da informática, aparentemente frios e exatos, podem dar uma nova vida ao universo da poesia, ao levar seus produtores e apreciadores a outros caminhos artísticos dentro da chamada cultura digital.”

“Para o autor, “Poesia digital: teoria, história, antologias” é um livro que “estuda um tipo de poesia contemporânea em suas relações com as artes, o design e a tecnologia computacional, que é uma continuação e um desdobramento da poesia das vanguardas, da poesia concreta, visual e experimental”. Segundo o poeta português E.M. de Melo e Castro, a obra traz “claramente a intenção e a ação do autor de realizar uma discussão sobre as razões que podem ser invocadas para o estudo das transformações que o uso das tecnologias estão já a causar no próprio conceito de poesia”.

Jorge Luiz António acrescenta que “Poesia digital: teoria, história, antologias” é um livro acompanhado de um DVD que reúne uma completa antologia de poemas digitais e seus antecessores, apresentando 501 poemas de 226 poetas e 110 textos teóricos de 73 autores, tanto brasileiros como estrangeiros, com cerca de 1500 páginas impressas e eletrônicas, dando um raro panorama do que já foi feito na área da experimentação poética, tanto no Brasil como no Exterior. O DVD mostra que “poesia, arte, design, ciência e tecnologia digital formam o quinteto transdisciplinar que uma parcela dos poetas contemporâneos escolheu para realizar a sua comunicação poética”.

Este livro é uma co-edição da Navegar Editora, de São Paulo, da Luna Bisontes Prods. do poeta John M. Bennett, da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo e do próprio autor.