terça-feira, 31 de julho de 2012



CORTÉ LA NARANJA EN DOS

O poeta e professor Fernando Reyes editou em Junho, na Cidade do México (Ediciones Libera), uma pequena mas muito interessante antologia de poesia portuguesa, bilingue, com traduções suas e dos tradutores convidados Tania Reyescartín, Angélica Santa Olaya e Jesús Gómez Morán.

O título desta antologia de 80 páginas – “Corté la Naranja en Dos – Antología de poesia portuguesa contemporânea” foi inspirado num verso de Fernando Pessoa, tem uma dedicatória ao poeta brasileiro Wilmar Silva, e integra poemas de Maria do Rosário Pedreira, Ruy Ventura, João Rasteiro, Fernando Aguiar, Inês Lourenço, Aurelino Costa, Pedro Ribeiro, Alexandre Nave, Filipa Leal, Américo Teixeira Moreira, José Rui Teixeira e poemas visuais de Manuel Portela.

No texto introdutório, Jesús Gómez Morán refere-se ao lado obscuro / ao lado taciturno e à noção de ausência da cultura lusa em analogia com a cultura mexicana, que juntam, na opinião do autor, “o sentimento de perda com o de um passado esplendoroso, aparentemente irrecuperável, presentes na cultura do México e de Portugal”, considerando mais à frente, “a característica mais relevante que posso destacar desta nova empresa compiladora é a tensão estabelecida entre tradição e inovação nos autores selecionados”.


Depois de ter participado, em 1987 na antologia “SIGNOS CORROSIVOS – Selección de Textos sobre Poesía visual, Concreta, Experimental y Alternativa, publicada pelas Ediciones Factor (organizada por César Espinosa) e na “MEMORIA DOCUMENTAL – II Bienal Internacional de Poesia Visual y Alternativa en México”, organizada pelo Nucleo Post-Arte, esta é a minha terceira colaboração em antologías publicadas na Cidade do México.

Um dos meus poemas incluídos neste "Corté la naranja en dos":

 


EL EXCESO INEXEDIBLE


                        (:el amor que, además, puede ser abominable)
                                                    Décio Pignatari


si el amor puede ser abominable
el dolor es una sensación adorable.

si el excesso puede ser inexcedible
el poco es una certeza algo increíble.

si lo ostentoso puede ser exigible
el reductor es ciertamente reprensible.

si la tónica puede ser aconsejable
lo inverso es casi sempre miserable.

si la desnudez puede ser apetecible
el universo es algo indecible.

si la palabra es a veces imperceptible
lo que no se dice será sempre indescutible


terça-feira, 17 de julho de 2012


OUSTE
 
Hervé Brunaux e Fabrice Caravaca editaram em Périgueux mais um número da revista OUSTE – Création et Exagération.

De pequeno formato, mas com 110 páginas, a OUSTE está recheada de poemas, textos, fotografias, desenhos, poemas visuais, etc. de cerca de 60 autores, maioritariamente franceses, como é natural, mas também com colaboradores de outros países.

Dedicado à “Conspiração”, este número 20, inclui autores como Serse Luigetti, Clemente Padin, Fernando Aguiar, Cécile Richard, Julien Blaine, Luc Fierens, Charles Pennequim, Philippe Castellin, Lucien Suel, Thierry Tillier, Nadine Agostini, Giovanni Fontana e Serge Pey.

Fernando Aguiar, poema visual, 1994

sábado, 7 de julho de 2012


OPEN WORLD

Recebi recentemente o Nº 91 do zine OPEN WORLD, editado em Belgrado por Dobrica e Rorica Kamperelić. Tenho participado com alguma regularidade nesta publicação que se tem mantido ativa ao longo dos anos, apesar de guerra que assolou a Sérvia durante os anos 90. Ainda assim, e durante esse tempo, tenho ideia de terem sido editados alguns exemplares da OPEN WORLD, ultrapassando as extremas dificuldades económicas com que os sérvios (os Kamperelić incluídos) se confrontaram.

O grupo de artistas “alternativos” que colaboram com este casal, são bastante ativos no campo da performance, mas também na mail-art, e na promoção de instalações, exposições e na organização de Festivais.

Recebem regularmente a visita de artistas plásticos de todo o mundo que participam nos eventos que promovem ou, simplesmente os visitam, o que fica registado nas páginas da revista.

Neste número colaboram nomes como Carla Bertola, Emilio e Franca Morandi, César Reglero, Irene Caesar, Darko Vulic, Fernando Aguiar, José Vanderbroucke, Pere Sousa, Jorge Grimm, Andrzej Dudek-Dürer, grupo Kvart, Bartolomé Ferrando, Bill Gaglione, Fausto Grossi, Peter W. Kustermann, John Held Jr., Emerenciano, Jelica Eli, Scott MacLeod, Giovanni Fontana, Daniel Daligand, Black Market e Javier Seco.


Fernando Aguiar, colagem, 2010