segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ART ACTION
A Villa Reale di Monza é um bonito e imponente Palácio inserido num enorme parque cheio de árvores centenárias. Na frente do Palácio dois jardins bem tratados, um deles repleto de rosas de todas as cores. Foi no “Teatrino” do Palácio que decorreu nos dias 28, 29 e 30 de Maio o 7º International Performance Art Festival – ART ACTION, um Festival de performance-arte e de poética interdisciplinar que se realiza anualmente nesta cidade do norte de Itália.
Monza é uma pequena cidade perto de Milão, célebre pelo seu circuito de fórmula 1. O centro é muito bonito, com pequenas ruas, igrejas e toda aquela envolvência das pequenas cidades italianas com os centros históricos bem preservados. Em determinados momentos lembra Bolonha, Modena, Parma, Spoleto, Verona ou mesmo Florença, mas sem o fluxo turístico que normalmente invade estas cidades.
Mas chega de Monza e falemos de ART ACTION, organizado pelo performer e poeta visual Nicola Frangione que conheci em 1990 em Ponte Nossa, uma pequena vila perto de Bergamo, durante o Festival “Perfomedia”, organizado por Emilio Morandi, e onde comi a melhor pizza “4 Formaggio” da minha vida.
Em Monza também se comeu (e bebeu) muitíssimo bem, no restaurante/bar Loft American, que todos os dias abria à hora do almoço exclusivamente para os participantes do Festival, e que à noite nos reservava uma extensa mesa, no meio de uma sala apinhada de jovens que petiscavam, bebiam, dançavam e ouviam uma música bem batida (vê-se mesmo que estamos em férias, com esta descrição tão gastronómica e turística…).
Desta vez é que é mesmo ART ACTION! 3 noites, 18 acções, muita performance, quase todas relacionadas com a palavra e a poética, realizadas por artistas de 6 países. Alguns nomes pela ordem do programa: Fernando Aguiar, John Giorno, Nicola Frangione, Bartolomé Ferrando, Giovanni Fontana, Anne-James Chaton, Gian Paolo Roffi, Jazz Poetry Quartet, Tomaso Kemeny, Paolo Albani e Endre Szkárosi…mas passemos às fotos!
Anne-James Chaton
Endre Szkárosi
John Giorno
Giovanni Fontana
Nicola Frangione
Fernando Aguiar
Bartolomé Ferrando

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

ANTOLOGIA MENINOS ME
“Mulheres Emergentes” é a denominação de uma revista editada em forma de cartaz pela poeta Tânia Diniz que desde 1989 vai, de uma forma mais ou menos regular publicando este mural poético, dedicado sobretudo à escrita feminina.
Há dois anos, para o lançamento da “Antologia ME 18”, que comemorou o 18º aniversário deste selo editorial, escrevi um pequeno texto que terminava assim: “Globalmente, “Mulheres Emergentes” é uma bem sucedida história de coragem e de perseverança cultural de uma poetisa que não se fica pelo acto de escrever, mas que quer levar muito mais longe a sua capacidade de sonhar, de criar, e de concretizar o sonho e as palavras de todos os outros poetas que querem fazer ouvir a sua voz e que o conseguem através dos inumeráveis projectos desenvolvidos pela Tânia Diniz que, com a sua incansável capacidade de trabalho vai concretizando passo a passo todos esses ideais.”
Desta vez, e para comemorar o 20º Aniversário do mural, a Tânia decidiu editar uma antologia só com “meninos”, e vai daí o título peculiar da presente antologia.
O lançamento é feito hoje na Livraria da Travessa, em Belo Horizonte, onde estive o ano passado, e onde adoraria voltar este ano para rever os poetamigos de BH.
Alguns dos 25 “meninos” lançados: António Dayrell, Fernando Aguiar, Kiko Ferreira, Luiz Zanotti, Ronaldo Wernek, Ronaldo Zenha, Sandro Starling, Simão Pessoa, Wilmar Silva e Zemaria Pinto.
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E SE O RISO
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e se o riso sobe e se o sonho sua
sobre a tela ponho o esboço que faço
de te ver tão bela, de te ter tão nua
que sobre a imagem o teu cheiro ameaço.
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e se pronta te dás quando na cama me cercas
e se na pele te velejo numa brisa tão pura
nos instantes que encontro, não deixo que percas
na forma dos mamilos a cor desta loucura.
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e se queres que te aprenda quando vês que te vejo
e se exulto arfando à força de te amar
e se de noite te acendo e na penumbra te beijo
é no teu mar de desejo que me quero afogar.
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Fernando Aguiar, "E se o Riso...", 1990

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

OFFERTA SPECIALE
O número 43 da revista italiana OFFERTA SPECIALE tem “sweet” como tema. Publicada há 22 anos por Carla Bertola e por Alberto Vitacchio, este “semestrale di poesia e arte multimediale” editado em Turim dedica as suas 56 páginas à poesia verbal, colagem, desenho, fotografia e à poesia visual, área à qual estes dois autores se vêm dedicando desde os anos 70.
De entre os 38 colaboradores deste número, podem-se referir John M. Bennett, Dobrica Kamperelic, Miguel Jimenez, Arrigo Lora-Totino, Reed Altemus, Pete Spence, Serge Segay, Michele Perfetti, Fernando Aguiar, Fernando Andolcetti, Ruggero Maggi, Vittore Baroni, Jürgen O. Olbricht, Derek Beaulieu, Gian Paolo Roffi, Delfino M. Rosso e os coordenadores.
Como curiosidade, 200 exemplares deste número têm intervenções manuais de Carla Bidone, Olivier Garcin, Iacopo Castellani e de Marisa Pazolli entre alguns outros.
A redacção de OFFERTA SPECIALE fica no Corso de Nicola, 20 – 10128 Torino, Itália
Fernando Aguiar, "Zz", 2007

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

TROPOFONIA (II)
No passado dia 13 de Abril Sebástian Moreno, Laia Ferrari e Wilmar Silva, os autores do programa de rádio TROPOFONIA, dedicaram a segunda edição desse programa ao meu trabalho. O programa teve a duração de uma hora, e extractos do mesmo foram colocados on-line para que todos possam agora ter acesso a ele.
Em baixo estão os dois blocos mais significativos dessa edição, durante a qual foi-me feita uma pequena entrevista em directo, a partir de Lisboa.
Resta dizer que a qualidade do trabalho dos autores de TROPOFONIA tem feito das sucessivas edições deste programa semanal de experimentação poética, que passa na rádio UFMG EDUCATIVA 104.5 da Universidade de Minas Gerais, um verdadeiro sucesso.
(Para ouvir a gravação, clicar no link por baixo de cada bloco)
Bloco 2 Tropofonia Fernando Aguiar.mp3 - Tropofonia
Bloco 3 Tropofonia Fernando Aguiar.mp3 - Tropofonia

sábado, 15 de agosto de 2009

LITERARTE
O poeta e presidente da Federação Brasileira de Alternativos Culturais, Arlindo Nóbrega, publicou mais um número de LITERARTE, desta vez o 289.
Já com 25 anos de edição, esta pequena revista de poesia mas também de banda desenhada, de artigos e de notícias culturais continua, persistente, apesar das dificuldades com que se debatem os agentes culturais no Brasil.
Sobretudo os editores das publicações alternativas que devido à falta de apoios e à ausência de uma estrutura profissional que lhes permita um trabalho regular e sem sobressaltos, têm vindo progressivamente a fechar as portas. E alguns destes alternativos são (foram) verdadeiras pérolas de criatividade…
No artigo da contracapa Arlindo Nóbrega faz um breve balanço da repercussão que a revista tem tido no estrangeiro, sobretudo através da sua rede de correspondentes internacionais, que são vários, e destaca, com fotos, Teresinka Pereira, Ângelo Manita, Fernando Aguiar e Rolando Revagliatti. Mas refiro também os diversos correspondentes espalhados pelo Brasil como, por exemplo, Almadrande, Rogério Salgado, Eliakim Rufino, Ilma Fontes ou Selmo Vasconcelos.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

CHÃO: RUA ANCHIETA, 31
“CHÃO é um projecto de ocupação temporária de espaços urbanos devolutos ou em transição, através de actividades concebidas a partir da especificidade do local”. É assim que um grupo de jovens apresenta este interessante projecto que, de 22 a 29 de Julho ocupou os antigos escritórios da Editora Bertrand, situada nos pisos superiores da livraria, em Lisboa.
A semana inaugurou com uma instalação de Paulo T. Silva, seguindo-se os debates “Palavra ou Olhar”, com E. M. de Melo e Castro, Fátima Lambert, Fernando Aguiar e José Bártolo, “Uma Criação Consciente de Situações” sobre o lugar de Ernesto de Sousa no contexto artístico português e estrangeiro dos anos 60 a 80, com Adriana Sá, Filomena Sousa Gomes, João Fernandes, Leonel Moura e Rui Eduardo Paes, terminando com um workshop de Tipografia orientado por Paulo T. Silva e M. M. Malaquias.
Tudo isto rodou à volta da palavra nos seus diversos aspectos e, no debate em que participei, falou-se de Almada Negreiros, Ernesto de Sousa, poesia visual, experimental e concreta, mas também de performance e de instalação, tendo sido passadas algumas obras em vídeo de E. M. de Melo e Castro, e caligramas e outras obras de Almada Negreiros, por Fátima Lambert.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

DACĂ
Elena Liliana Popescu, poeta romena e professora de matemática na Universidade de Bucareste publicou pela Pelegrin Editura um curioso livro intitulado DACĂ (“Se”, em português), que é nem mais nem menos que esse poema romeno traduzido em 42 línguas, resultando num livro de 80 páginas.
A versão portuguesa está a cargo de Luciano Maia que fez a tradução directamente do original. Este é um verdadeiro trabalho de “relações públicas”, ao conseguir a colaboração de tantos tradutores, professores, linguistas e poetas, entre os quais se encontra Pia Tafdrup, uma poeta dinamarquesa que conheci durante o Festival “Em Voz Alta – Poesia & Performance”, organizado pela Rosa Alice Branco durante o Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura.
No meio dos agradecimentos a várias pessoas, para além dos autores das traduções do poema, aparece o meu nome como um dos poetas que traduziram outros trabalhos da Liliana Popescu, poemas esses que foram publicados, pelo menos, na revista brasileira LiterArte.
A autora já publicou mais de vinte livros de poesia na Roménia, Inglaterra, França e Espanha, tem participado em diversos Festivais Internacionais de Poesia (entre os quais o XI Festival Internacional de Poesia de la Habana, Cuba, em 2006, onde a conheci) e tem também um livro de poemas acabado de editar no Brasil. Mas desse livro falarei depois, quando me chegar um exemplar às mãos.
Quem quiser saber mais informações poderá aceder ao site da Elena Liliana Popescu; http://www.elena-liliana-popescu.ro