quarta-feira, 30 de junho de 2010

INTER 104
O número 104 da revista canadiana da qual faço parte do comité de redacção INTER – Art Actuel já foi publicado há alguns meses, mas com tantos eventos em que tenho participado, a referência a esta edição foi ficando para trás…
Inteiramente dedicada à temática “Indiens/Indians/índios”, estas cento e poucas páginas abordam a(s) arte(s) produzida por artistas contemporâneos de origem indígena onde as suas raízes estão bem patentes nos trabalhos que produzem. (É preciso não esquecer que toda a região do Québéc, onde esta revista se edita, tem fortes comunidades indígenas, que mantêm vivas praticamente todas as tradições dos seus antepassados. Inclusivamente é uma região canadiana de origem francófona, onde só se fala francês).
Este aspecto está bem patente nas instalações, vídeos, fotografia poesia/oralidade ou na performance destes artistas, mas seria necessário ver as dezenas de imagens que acompanham os textos para se ter uma melhor percepção daquilo que estou a dizer.
Os artigos são de autoria, entre outros, de Guy Sioui Durand, Véronique Audet, Denise Brassard, Domingo Cisneros, Pierre Gill, Sónia Robertson e Margaret Rind.
A INTER é dirigida por Richard Martel, que tem desenvolvido um importante trabalho de divulgação da arte contemporânea canadiana, assim como tem levado ao Canadá várias dezenas de artistas internacionais que têm exposto na Galeria do colectivo a que a INTER pertence, ou participado nos Festivais de Arte que a mesma promove todos os anos.

domingo, 27 de junho de 2010

PORTUGUESIA
Nos dias 2 e 3 de Junho os poetas Wilmar Silva (autor do projecto) e Luís Serguilha organizaram na Casa-Museu Camilo Castelo Branco, em S. Miguel de Seide /Vila Nova de Famalicão, a segunda edição de PORTUGUESIA – Festa da Poesia Lusófona.
Foram dois dias repletos de debates/”provocações” e de leituras/performances, que se iniciaram com uma instalação de Regina Mello nos Jardins da Casa de Camilo e terminaram com um espectáculo de Telma da Costa sobre poemas de Álvaro de Campos.
Estiveram presentes Aurelino Costa, João Miguel Henriques, Zéfere, João Ventura, Gilberto Mauro, Fernando Aguiar, João Negreiros, Ronaldo Werneck, Ana Maria Ramiro, Luís Serguilha, Karla Melo, Wilmar Silva, Carlos Vinagre, Luís Filipe Cristóvão, Telma da Costa, Jorge Melícias, Jorge Velhote, Marcelo Costa Baiotto, Márcio-André, João Melo, Francesco Napoli, João Rasteiro, Minês Castanheira, Américo Teixeira Moreira, Marília Miranda Lopes, Rita Grácio, Cristina Nery, Bruno Santos, Regina Mello, Susana Vargas, Fernando Branco, Teresa Tudela e Cunha Leiradella.
Nas palavras do Arq. Armindo Costa, presidente da Câmara Municipal de V. N. de Famalicão, “A Portuguesia tem essa ambição: rasgar horizontes, ser o ponto de encontro e cais de partida das rotas intercontinentais da língua de Camões”.
Francesco Napoli, Márcio-André, Telma da Costa, Wilmar Silva
Cristina Nery, Luís Serguilha, Wilmar Silva, Karla Melo

Aurelino Costa, João Rasteiro, Fernando Aguiar, Susana Vargas

Telma da Costa

Jorge Velhote
Ronaldo Werneck e Fernando Aguiar

quinta-feira, 24 de junho de 2010

SPANYOLNÁTHA
Este é o estranho nome de uma das mais conceituadas revistas digitais húngaras, na qual colabora o poeta Endre Szkárosi, com o qual mantenho um contacto que vem já dos anos 80.
Não me recordo em que ano comecei a trocar correspondência com o Endre Skárosi, mas estive pela primeira vez em Budapeste em 1989, a convite dele, onde fiz uma exposição individual na Lágymányosi Galeria e apresentei uma performance poética no Fiatal Múvészek Klubja.
Viagem inesquecível, sob vários pontos de vista. Até porque foi a primeira vez que visitei um país de leste. Quando a porta do avião se abriu levei com um vento gelado na cara (era noite, penso que estaríamos em Outubro/Novembro), e quando desci as escadas vi na minha frente um soldado húngaro, com um enorme gorro de pele enterrado na cabeça e com uma metralhadora semi-apontada para todos os que desciam…
Voltando à Hungria digital, e ainda antes de participarmos no Festival “Poesia Azione e Parole” em Santa Teresa Gallura, na Sardenha, do qual falarei mais à frente, o Endre dedicou a sua coluna ao meu trabalho, com um texto, curriculum, várias imagens de trabalhos meus, e dois vídeos de intervenções poéticas.

"Tormenta Literária", 1997
"Dentro de Fora. Fora de Dentro"(video), 2006

sexta-feira, 18 de junho de 2010

HÁ QUANTO TEMPO NÃO LÊ POESIA NA CAMA?
A IV Bienal de Poesia de Silves – “Poema Plural” que teve lugar em Abril, tem tido continuidade através do site https://sites.google.com/site/nasmargensdapoesia/ , no qual os poetas colocaram (e vão acrescentando) novas colaborações, assim como foi publicada uma pequena antologia que pretende ser um livro de cabeceira, destinado em primeiro lugar aos habitantes de Silves mas não só, intitulado “Há quanto tempo não lê poesia na cama ?”.
O livro tem a colaboração dos poetas que estiveram presentes nos debates que se realizaram no âmbito da Bienal, de 22 a 25 de Abril, assim como dos poetas homenageados (Pedro Tamen e Fernando Assis Pacheco), e que são, entre outros, Alice Macedo Campos, António Simões, Bruno Santos, Cristina Néry, Domingos Lobo, Eduardo Pitta, Fernando Aguiar, Fernando Esteves Pinto, Filipa Leal, Gabriela Rocha Martins (a organizadora da Bienal), Graça Magalhães, João Rasteiro, Jorge Velhote, José Ribeiro Marto, Maria Azenha, Maria do Sameiro Barroso, Maria Estela Guedes, Maria Toscano, Nuno Júdice, Porfírio Al-Brandão, Rita Grácio, Teresa Tudela e Torquato da Luz.
Aproveito para referir uma outra publicação distribuída durante a Bienal, que consistiu num conjunto de postais, cada um com alguns versos de cada poeta participante, e que resultou em mais um bonito trabalho da lavra de Gabriela Rocha Martins, cujo esforço em levar para a frente uma Bienal de Poesia com estas características é de louvar.

terça-feira, 15 de junho de 2010

AZIL
Julien Blaine, um dos mais significativos poetas experimentais internacionais, organizador de importantes Festivais de Poesia (Cogolin, Tarascon, Marselha, Paris, Lodève, etc.), criador do Centre Internationale de Poèsie Marseille enquanto vereador da cultura e Vice-Presidente da cidade de Marselha no final dos anos 90 e, sobretudo, fundador e director da mais importante revista de poesia visual que se publicou até hoje – “DOC(K)S” - continuada desde há alguns anos por Philippe Castellin e Jean Torregrosa, do colectivo Akenaton, realizou uma “estranha” exposição intitulada “AZIL”.
Pelo que percebi, e exposição foi constituída por obras inspiradas nos vestígios pré-históricos encontrados numa gruta em Mas d’Azil, em França, apesar do pequeno catálogo não ser explícito em relação a est tipo de elementos.
Para além das próprias obras, Julien Blaine pediu a diversos artistas que apanhassem uma pedra num rio ou num lago dos respectivos países, que pintassem uma das mãos, e com a mão pintada pegassem na pedra de modo a que esta ficasse com a mão “impressa”.
Depois cada artista teria que fotografar o local onde encontrou a pedra, fotografar a mão com que segurou a mesma, e enviar essas fotos e a pedra com a indicação do local onde a tinham encontrado.
As pedras enviadas fizeram parte da exposição e foi editada uma colecção de postais com as fotografias e as referências enviadas por cada artista. A mão com que segurei a pedra que enviei para a exposição foi esta:

quinta-feira, 3 de junho de 2010

RAMPIKE
O número 1 do volume 19 da revista canadiana RAMPIKE é inteiramente dedicado à poesia visual internacional. Esta importante revista dirigida pelo Karl E. Jirgens sempre dedicou uma especial atenção às poéticas de vanguarda, mas desta vez excedeu-se e encheu as suas 80 páginas de poemas visuais realizados com técnicas diversas, para além de um pequeno texto sobre o artista Kero, músico, designer e autor da capa, e de um artigo de Michael Winkler.
No seu editorial, Karl E. Jirgens refere que “The artists and writers in this issue combine text with drawing, rubber-stamp, collage, postcard, photography, digital technology, and other elements in ways that ask us to reconsider the possibilities of language as a medium for expression. We include a range of specialists of the form here, but there are so many others”.
Entre os colaboradores deste número estão Bill Bisset, Reed Altemus, Nico Vassilakis, Carol Stetser, Clemente Padin, W. Mark Sutherland, Derek Beaulieu, John Bennett, Paul Dutton, Ryosuke Cohen, Richard Kostelanetz, Vittori Baroni, Sérgio Monteiro de Almeida, Ruggero Maggi, Mogens Otto Nielsen, Jürgen O. Olbrich, Fernando Aguiar, Marcello Diotallevi, Karl Jirgens, Carla Bertola, Jean-Claude Gagnon, Julien Blaine, Henning Mittendorf, and Giovani Strada (curiosamente, e com as minhas desculpas por esta nota egocêntrica, a quase totalidade destes autores estão representados no meu Arquivo).
Karl E. Jirgens termina o editorial com as seguintes palavras:”In this issue of RAMPIKE, we feature visual poetics that investigate typography in combination with other visual elements as they explore a “Spectrum” of black and white possibilities. For those new to this form of expression, this issue serves as an introduction, and for the savants, this provides a partial historical record.”
"Fotopoema, 1996-1998"