DOC(K)S
Em
1986 Julien Blaine convidou-me para organizar o número da revista DOC(K)S
dedicada a Portugal, convite que muito me satisfez porque na altura a DOC(K)S
era a mais importante revista de “vanguarda”
(poesia experimental e visual, performance, fotografia, desenho,
electrografia…) que se publicava na europa, e ainda hoje (dirigida por Philippe Castelin e Jean Torregrosa), é a mais importante publicação internacional
que se dedica essencialmente à poesia visual.
Com
números a rondar as 400 páginas, esta sempre foi uma revista de “peso” em todos
os sentidos, e receber aos 29 anos o convite para organizar um número desta
prestigiada revista, foi um verdadeiro desafio. (Entretanto, e ao longo destes
anos, já participei numa dúzia de edições. Faço parte, aliás, do comité de
redação internacional da DOC(K)S).
Como me
foi dada “carta branca” para organizar essa edição, resolvi dividir a
colaboração em duas secções que para mim eram as mais significativas na altura
e que estavam mais de acordo com o espírito da revista, considerando que Julien
Blaine queria dar uma visão daquilo que se estava a fazer de mais inovador no
campo das artes e da literatura em Portugal.
Na primeira,
com um prefácio que intitulei “Quelques
notes sur la poésie visuelle portugaise”, incluí obras de António Dantas,
E. M. de Melo e Castro, Ana Hatherly, Alexandre O’Neil, António Barros, António
Campos Rosado, Antero de Alda, António Aragão, Alberto Pimenta, Silvestre
Pestana, Abílio-José Santos, José-Alberto Marques, António Nelos e Fernando
Aguiar.
Na segunda
parte, que se inicia com o texto “La
Performance au Portugal “ foram apresentadas fotos de intervenções de António
Barros, Vítor Pi e Joaquim Lourenço, Carlos Gordilho, Fernando Aguiar, Miguel
Yeco, Rui Órfão, Ção Pestana, Delphim Miranda, Albuquerque Mendes, Elisabete
Mileu, Grupo Neon (Carlos Barroco, José Fabião e Nadia Bagiolli), Francisco
Ginjeira, Artitude:01 (António Barros, Isabel Carlos, Isabel Pinto, João
Torres, José Louro e Rui Órfão), António Olaio, Ana Hatherly, João Vieira, e
Alberto Carneiro, terminando a secção dedicada a Portugal com uma bibliografia
sobre a Poesia Visual Portuguesa.
A capa da
DOC(K)S Nº 80, publicada faz agora 25 anos, foi feita com a fotografia de uma
performance de Ção Pestana intitulada “Vénus-Ção”, de 1984.
Fernando Aguiar, "Ensaio deste Tamanho", 1983
António Olaio, 1985
Elisabete Mileu, 1985
Miguel Yeco, 1985
Carlos Gordilho, 1985
Fernando Aguiar, 1985
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