domingo, 14 de novembro de 2010


VOIX DE LA MÉDITERRANÉE


O 13º Festival de Poésie – VOIX DE LA MÉDITERRANÉE decorreu em Lodève, entre os dias 17 e 25 de Julho, numa série de locais desta pequena cidade francesa, desde os mais usuais e lógicos aos mais inusitados como, por exemplo, dentro de um riacho, conforme demonstra a capa do programa.

Foram convidados cerca de uma centena de poetas dos países banhados pelo mediterrâneo, e cada um faz uma série de leituras em diversos espaços pelo que, durante os nove dias que decorre o Festival, há leituras ininterruptas desde as 10.00 até às 21.00 horas, ao que se seguem os espectáculos musicais, entre os quais o da fadista Cristina Branco. Paralelamente decorre o Marché de la Poésie, com a presença de mais de uma centena de pequenos editores, muitos dos quais com um catálogo de livros-objecto e de revistas alternativas.

Participei no VOIX DE LA MÉDITERRANÉE em 1999 e em 2007. Este ano fui novamente convidado para participar e para fazer parte do Comité Internacional, juntamente com Bartolomé Ferrando, Henri Deluy, Bernard Nöel, Démosthène Agrafiotis, Nani Balestrini, Giovanni Fontana, entre outros poetas da Palestina, Roménia, Turquia, Líbano, Croácia e da Argélia.

Aceitei o convite para o Comité Internacional, mas como já me tinha comprometido com o Belô Poético – 6º Encontro Nacional de Poesia de Belo Horizonte, que se realizou na mesma altura, não foi possível estar este ano em Lodève.

Edição que deve ter sido de grande qualidade pelo número de poetas envolvidos e pela qualidade dos mesmos. Foi publicada uma antologia com obras de todos os participantes e vou registar algumas das presenças, a começar pela participação portuguesa, Rosa Alice Branco (que, curiosamente, conheci em Lodève, em 1999, na companhia de Egito Gonçalves – penso que nesse ano fomos os únicos portugueses participantes. Em 2007 estive com o Américo Rodrigues e o Casimiro de Brito).

Mas, prosseguindo com os participantes, temos Joan Casellas, Edith Azam, Julien Blaine, Michel Collet, Marc Delouze, Liliane Giraudon, Michèle Métail, Serge Pey, poetas de Marrocos, Sérvia, Síria, Tunísia, Iraque, Israel, Jordânia, Kosovo, Líbia, Macedónia, Malta e muitos dos poetas que fazem parte do Comité Internacional.

Resta dizer que Jean-François Bory, um dos mais conceituados poetas experimentais franceses, com quem estive em Junho, na Sardenha, a participar no Festival “Poesia Azioni e Parole”, organizou uma exposição de poesia visual que vai dos futuristas italianos, e dos dadaístas, aos poetas Fluxus, concretistas e visuais, na qual também estive representado, juntamente com os outros autores que participaram no Festival da Sardenha, onde realizámos uma obra especificamente para esta exposição, e que vão ser editadas em serigrafia, pela Editorial Al Dante, de Paris, com uma tiragem de apenas 28 exemplares.

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