ESTRATÉGIAS DO GOSTO
Uns
meses depois de ter sido publicado em São Paulo, pela Escrituras Editora, é com
um enorme prazer que vejo a Palimage, da Terra Ocre – Edições, de Coimbra, editar
na sua coleção “Palavra Poema”, o meu livro ESTRATÉGIAS DO GOSTO.
Por
várias razões, mas também por este ser o primeiro livro que publico em Portugal
desde 2002, altura em que organizei com o Jorge Maximino a antologia IMAGINÁRIOS DE RUPTURA / POÉTICAS
EXPERIMENTAIS, numa edição do Instituto Piaget.
É
certo que desde essa data publiquei outros 9 livros e chapbooks, mas todos no
estrangeiro: Brasil, Canadá, Irlanda, Espanha, Estados Unidos da América e em
Inglaterra. E ainda uma “2ª edição” (de apenas 15 exemplares) de PUSH NOW, em Itália, em 2007.
Em
relação à edição brasileira, este livro só tem em comum os 54 poemas verbo-experimentais escritos entre o
princípio dos anos 80 e 2009. As capas (ambas concebidas a partir de fotopoemas
meus), o formato, os fotopoemas que são “capa” de capítulo, a biografia e o
conteúdo das badanas são diferentes. A edição brasileira inclui ainda uma entrevista
com o Prof. Rogério Barbosa da Silva, que não aparece na edição da Palimage.
Na
edição de 16 de Maio do Jornal de Letras, refere-se que este é "Um novo livro na já longa bibliografia
de Fernando Aguiar, um dos mais destacados nomes da "poesia visual"
portuguesa, também performer, com
muitas dezenas ou centenas de exposições, intervenções, publicações e
colaborações não só em Portugal como em numerosos países. O título é Estratégias
do Gosto, e parece-nos significativo não
de outras facetas do seu trabalho mas do seu domínio da linguagem…”
Quero
referir o profissionalismo do poeta Jorge Fragoso, o editor da Palimage, e a
rapidez e eficiência com que foram tratados todos os aspectos que levaram à
concretização do livro, desde a paginação e estruturação dos poemas
experimentais até ao design da capa (contracapa e badanas incluídas).
Deixo
aqui um dos poemas do livro, dedicado ao poeta brasileiro Álvaro de Sá:
POEMA-PROCESSO
(Para o Álvaro de Sá)
Escreveu os versos na folha
mas não gostou.
Amachucou
e pôs de lado.
Tentou outra versão
que também não agradou.
Amachucou
e pôs de lado.
Insistiu, sem conseguir
o efeito desejado.
Amachucou
e
pôs de lado.
Repisou
de novo
sem
resultado.
Amachucou
e
pôs de lado.
O
poema teimava
em
não o ser. Desanimado,
amachucou
e
pôs de lado.
Ficou sem folhas
para escrever.
Mas o poema estava
pronto.
Terminado.
Mesmo ali ao lado.
3 comentários:
Que lindo o poema, Fernando! Amei!
;)
Parabéns pela publicação!
Abraço,
Jussara
Muito bom poema, caro Fernando!
Parabéns! Pelo poema e pelo livro!
Muitos abraços
Jorge Vicente
Belissímo poema, Fernando, gostei muito do teu trabalho visual.
Mantemos contato, meu blog:
http://memoriasinquietantes.blogspot.com
Abraços, Máh Luporini
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