ANTÓNIO ARAGÃO
Falecido no dia 11 de Agosto no Funchal, António Aragão foi um dos precursores da Poesia Experimental em Portugal no início dos anos 60, e da electrografia durante os anos 80, seguido por um grupo de artistas como António Nelos, António Dantas e César Figueiredo, entre outros, que realizaram um importante trabalho nessa área, tendo sido o seu principal teorizador.
Como poeta experimental António Aragão teve uma importância fundamental na criação deste movimento, juntamente com Ana Hatherly, E.M. de Melo e Castro, Salette Tavares, e José-Alberto Marques, estando na origem das revistas “Poesia Experimental 1 e 2” (1964 e 1966), “Operação” (1967), Suplemento do “Jornal do Fundão” (1965) e da “Hidra 2” (1969).
Foi igualmente um dos autores do primeiro happening realizado em Portugal, “Concerto e Audição Pictórica”, juntamente com E. M. de Melo e Castro, Jorge Peixinho, Salette Tavares, Manuel Baptista, Clotilde Rosa e Mário Falcão, em 1965.
Como escritor, António Aragão publicou “Um Buraco na Boca” (1971), o primeiro romance experimental editado em Portugal, e alguns livros de poesia como “Folhema 1” e “Folhema 2”, ambos de 1966, “Os Bancos” (1975) e “Metanemas” (1981).
Em 1968 publicou “mais exacta mente p(r)o(bl)emas”, que foi o livro que fez despertar o interesse pela poesia experimental, e é um dos livros fundamentais na minha formação como poeta visual conforme referi várias vezes, incluindo num Congresso na Cidade do México em que ambos participámos. Transcrevo o final do prefácio do meu livro “Os olhos que o nosso olhar não vê” : “Para o António Aragão uma saudação muito especial porque, com o livro “MAIS EXACTA MENTE P(R)O(BL)EMAS”, comprado num alfarrabista aos 16 anos (juntamente com “POEMAS POSSÍVEIS” de um poeta então desconhecido e hoje Nobel da literatura) me levou irremediavelmente para esta forma de expressão poética.”
A obra do António Aragão ainda não foi estudada convenientemente para que lhe seja dado o destaque que merece na poesia contemporânea em Portugal.
Sempre tive uma enorme admiração e amizade pelo Aragão que participou em mais de três dezenas de actividades organizadas por mim entre Exposições, Festivais, Antologias poéticas e colectâneas de poesia experimental portuguesa publicadas em várias revistas internacionais, e prefiro deixar aqui algumas imagens inéditas deste importante criador e amigo.
Fernando Aguiar, António Aragão e Alberto Pimenta antes (ou depois) da realização de um poema visual conjunto, que esteve exposto na Galeria Diferença, 1985
António Aragão, Março de 1992
2 comentários:
olá fernando
foi bom mas acabou.
ja perdemos alguns preciosos
abço
cesar
Vamos todos juntos prestar-lhe homenagem!
São
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