terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ANTOLOGIA DE OURO


Regina Mello e o seu Museu Nacional de Poesia terminaram o ano de 2010 em beleza com a publicação da ANTOLOGIA DE OURO, numa edição da Anomelivros.

Nas palavras de Regina Mello, “O Museu Nacional da Poesia é um museu sem forma e sem bordas, um museu que existe através de ações, criado em Fevereiro de 2006”…”e para marcar seu ano V cria a Antologia de Ouro Museu Nacional de Poesia reunindo poetas de todo o Brasil de mãos dadas com poetas de países de língua portuguesa.”

Com um bonito design e uma elegante capa, a antologia inclui dois poemas de cada um dos 60 poetas participantes, entre os quais Angela Togeiro, Antônio Dayrell, Belkiss Diniz, Brisa Marques, Carmen Vieira, Cassia Veloso, Clevane Pessoa, Domingos Manzzilli, Fernando Aguiar, Jô Rodrigues, José Ribeiro, José Moreira, José Marto, Jussara Santos, Lu Peçanha, Luiz Edmundo, Marcos Fabrício, Marcus David, Mário Chagas, Mario Rufino, Olga Valeska, Ronaldo Werneck, Wilmar Silva e Zelia Fonseca.

P.S. - A figura da capa está impressa a dourado, tal como as letras, mas por ter sido gravada em baixo relevo, o scanner “importa” a imagem a negro.


UM ESPAÇO DE TEMPO NUM TEMPO SEM ESPAÇO


 Para o Augusto de Campos


neste decurso de tempo que se mantém a compasso
um outro espaço invento, mas que nem sempre enlaço
que respira no pensamento e num suspiro repasso
que sacudo no instante, em momentos que ameaço.


em toda a razão que sustento perspectivo o embaraço
na separação que intento, causo o soltar do estilhaço
retomo o conceito do sopro, reponho no ar o cansaço
de fazer, do não ter, e de querer ser num só traço.


no limite, o proceder, o sedimento que amordaço
o fazer tudo valer, num sentido que trespasso
a frustração do ter que ser no desmembramento do aço
que sem senso e contra o vento se encerra no regaço.


do tanto que em vão perco, de tudo o que não faço
na recusa em ficar parado nem que seja um pedaço
na precisão do que tenho, que é sempre tão escasso
e por muito que não queira, destruo a cada passo.


desesperar o que penso que pressupõe o fracasso
no momento olhar o laço que me consome e desfaço
resultando num percalço, a derrota que estéril abraço
tornando o espaçotempo no sentimento que retraço.



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