domingo, 18 de setembro de 2011


CORSÁRIO

O primeiro número da revista CORSÁRIO foi publicado em Julho na cidade brasileira de Fortaleza, sob a direção dos poetas Mardônio França e Katiusha de Moraes.

E o editorial começa assim: “É com grande alegria que apresentamos a REVISTA CORSÁRIO Nº01, editada, pela primeira vez, nesse suporte revolucionário: o papel.
A REVISTA CORSÁRIO surgiu em 2005 e, ao contrário de outras revistas de literatura, já nasceu no meio cibernético.”

“Neste primeiro número, vamos conversar sobre a multiplicidade das linguagens, suportes e a mistura de signos (dança semiótica): vídeos, artes plásticas, fotografia, performance, cidade, corpo, dança, teatro… Uma nova conjunção de fazer/ler o texto literário.”

“Nesta edição, temos a entrevista com o nosso São João Batista da literatura cibernética: Augusto de Campos; performance e poesia no Além-Mar por Fernando Aguiar; uma conversa sobre o papel digital e o papel tradicional por Katiusha de Moraes; o projeto Cidade Poema, descrito pela idealizadora Laís Chaffe; as infiltrações de Edson Cruz; os quanta da Márcio-André; uma introdução à videopoesia, por Henrique Dídimo…”

E a CORSÁRIO está praticamente apresentada. Resta dizer que tem um formato A-4, 74 páginas, inúmeras ilustrações a cores, e ainda vários colaboradores, como Nuno Gonçalves, André Dias, Ayla Andrade, Constance Brito, Demetrios Galvão, Dirceu Matos, Fabrice Ziegler, Pipol, Poeta de Meia-tijela e Stella Marina, entre outros, num excelente resultado pelo qual temos que parabenizar (utilizando a expressão brasileira) Mardônio França, o pirata-mor.

Para além das fotografias de performances de Julien Blaine, Giovanni Fontana e de Bartolomé Ferrando (e de um poema visual meu já aqui editado) que “ilustram” o meu texto, o Mardônio incluiu um poema que escrevi no início dos anos 80, e que vai ser publicado no livro “ESTRATÉGIAS DO GOSTO”, a sair ainda este mês pela Escrituras Editora de São Paulo, que é o Nº 1.a do capítulo “Tanto tão pouco”.


ao centro também me sento

no canto também se calha

a colheita também se colhe

se encolho também encalho

se malho também enxuto

de fora também desfruto

a disputa também existe

e o exacto também se acha

o enlace também se cose

a coisa também se loiça

o laço também desfaço

se corro também escarro

e o escasso também entoo

à toa também não maço

se faço também é facto

no acto também actuo

o arco também arqueia

a seara também semeia

a meias e a pronto também

também a ponte se aponta.



1 comentário:

RUBENS GUILHERME PESENTI disse...

venho aqui e dou de cara com a revista anuciando uma entrevista com Augusto de Campos, minha referência maior.
Passei a ser um seguidor de seu blog.

Abraços.

Rubens