sexta-feira, 30 de setembro de 2011


BIPAF

Realizou-se no final de Julho a 10ª edição do 2011 Bucheon International Performance Art Festival, na Coreia do Sul, organizado desde sempre pelo performer Hong, O-Bong.

Conheci o Hong, O-Bong em Tóquio, durante o NIPAF – Nippon International Performance Art Festival, em 1997 e, mais tarde, já em 2009, participei num Festival de Performance, integrado na Bienal de Cerâmica de Icheon, também na Coreia, por indicação de O-Bong ao organizador do Encontro.

Nestas 10 edições, participaram cerca de 180 performers de diversos países, e o BIPAF, tornou-se num dos Festivais de Performance Art asiáticos de referência.

Para comemorar o 10º Aniversário foi editado um catálogo com 96 páginas a cores, excelentemente impresso, e que faz uma retrospectiva destes anos de actividade.
 
Para além da reprodução dos cartazes e de fotografias das performances realizadas nas 10 edições do BIPAF, Hong, O-Bong solicitou depoimentos sobre o seu Festival a autoridades culturais da Coreia e a alguns performers internacionais como Mideo M. Cruz, Adina Bar-On, Francis O’Shaughnessy, Chumpon Apisuk, Fernando Aguiar, Valentin Torrens, Boris Nieslony, Alexander Del Re, Giovanni Fontana, Bartolomé Ferrando, Wladyslaw Kazmierczak e Richard Martel, entre outros.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011


LINK

Inaugura hoje a exposição LINK, na Robotarium /LX Factory, em Lisboa, constituída por obras de Ana Hatherly, ISU (Leonel Moura) e de Fernando Aguiar.

LINK (“uma exposição diferente”), surgiu na sequência do convite de Leonel Moura para apresentar no seu atelier /espaço de exposições “Robotarium”, obras de poesia experimental do meu Arquivo, como a realizada em Abril do ano passado, na Galeria Municipal de Arte e na Biblioteca Municipal António Botto, em Abrantes.

Devido às características do espaço, o Leonel propôs que, em vez de se apresentar uma obra de duas dezenas de autores, se expusesse apenas 3 autores cujas obras têm uma afinidade estética e expressiva, e que utilizam a escrita predominantemente monocromática nos seus trabalhos.

Achámos que seria interessante apresentar trabalhos de maiores dimensões e de décadas diferentes. Assim, os meus visuais são de 82/84, as obras da Ana Hatherly dos anos 80 e 90, e as duas telas do Leonel Moura, criadas pelo robô ISU, de 2009.

O “link” à ideia inicial da exposição de obras do Arquivo é feito pelos dois quadros de Ana Hatherly dos anos 80, e por dois trabalhos meus que estiveram expostos em Abrantes. Os restantes pertencem aos respectivos autores.

Segundo a nota de divulgação da exposição, “LINK reúne a obra de 3 artistas que praticam uma forma de abstração baseada em símbolos,letras ou expressão escrita.


Ana Hatherly (1929) é uma artista, poeta e ensaísta, pioneira na combinação do desenho com a escrita, cuja obra é reconhecida internacionalmente.
Fernando Aguiar, (1956) trabalha com poesia experimental e visual desde 1972 associada à pintura, instalações e performances.
ISU é um robô criado por Leonel Moura em 2006 que gera pinturas com letras e palavras.


A exposição estabelece uma relação entre a obra de artistas, poetas visuais e letristas, com a produção de máquinas capazes de gerar uma expressão pictórica com base na inteligência artificial.” 



Ana Hatherly, "O Pavão Negro", 66,5x68,5 cm, 1999


ISU (Leonel Moura), S/ Título, 185x130 cm, 2009


Fernando Aguiar, "Ensaio para uma Nova Expressão da Escrita Nº 451", 100x70 cm, 1984 






domingo, 18 de setembro de 2011


CORSÁRIO

O primeiro número da revista CORSÁRIO foi publicado em Julho na cidade brasileira de Fortaleza, sob a direção dos poetas Mardônio França e Katiusha de Moraes.

E o editorial começa assim: “É com grande alegria que apresentamos a REVISTA CORSÁRIO Nº01, editada, pela primeira vez, nesse suporte revolucionário: o papel.
A REVISTA CORSÁRIO surgiu em 2005 e, ao contrário de outras revistas de literatura, já nasceu no meio cibernético.”

“Neste primeiro número, vamos conversar sobre a multiplicidade das linguagens, suportes e a mistura de signos (dança semiótica): vídeos, artes plásticas, fotografia, performance, cidade, corpo, dança, teatro… Uma nova conjunção de fazer/ler o texto literário.”

“Nesta edição, temos a entrevista com o nosso São João Batista da literatura cibernética: Augusto de Campos; performance e poesia no Além-Mar por Fernando Aguiar; uma conversa sobre o papel digital e o papel tradicional por Katiusha de Moraes; o projeto Cidade Poema, descrito pela idealizadora Laís Chaffe; as infiltrações de Edson Cruz; os quanta da Márcio-André; uma introdução à videopoesia, por Henrique Dídimo…”

E a CORSÁRIO está praticamente apresentada. Resta dizer que tem um formato A-4, 74 páginas, inúmeras ilustrações a cores, e ainda vários colaboradores, como Nuno Gonçalves, André Dias, Ayla Andrade, Constance Brito, Demetrios Galvão, Dirceu Matos, Fabrice Ziegler, Pipol, Poeta de Meia-tijela e Stella Marina, entre outros, num excelente resultado pelo qual temos que parabenizar (utilizando a expressão brasileira) Mardônio França, o pirata-mor.

Para além das fotografias de performances de Julien Blaine, Giovanni Fontana e de Bartolomé Ferrando (e de um poema visual meu já aqui editado) que “ilustram” o meu texto, o Mardônio incluiu um poema que escrevi no início dos anos 80, e que vai ser publicado no livro “ESTRATÉGIAS DO GOSTO”, a sair ainda este mês pela Escrituras Editora de São Paulo, que é o Nº 1.a do capítulo “Tanto tão pouco”.


ao centro também me sento

no canto também se calha

a colheita também se colhe

se encolho também encalho

se malho também enxuto

de fora também desfruto

a disputa também existe

e o exacto também se acha

o enlace também se cose

a coisa também se loiça

o laço também desfaço

se corro também escarro

e o escasso também entoo

à toa também não maço

se faço também é facto

no acto também actuo

o arco também arqueia

a seara também semeia

a meias e a pronto também

também a ponte se aponta.



sábado, 10 de setembro de 2011


A TERCEIRA ROMARIA


José Inácio Vieira de Melo é o autor do livro “A TERCEIRA ROMARIA”, editado pela Anome Livros, de Belo Horizonte, e que reproduz (parcialmente) na capa o meu poema visual “O Poeta”, de 1997.

Este livro é uma 2ª edição (a primeira saiu em 2005) e, sobre a obra poética do autor referiram-se os seguintes escritores: Astrid Cabral “Seu destino é o daquela cabra que ninguém segura e sobe a montanha em busca de Glória”; Lêdo Ivo “Muito apreciei o seu lirismo cortante como o fio de uma navalha, uma poesia que, embora seca, esconde e guarda uma chuva secreta. Uma descoberta que tanto me alegra”, ou de Salgado Maranhão, na contracapa do livro: “…reafirma a força de um bardo que é, sem favor, uma das vozes mais autênticas da poesia atual.”

José Inácio Vieira de Melo tem um outro livro que acabou de ser publicado, desta vez uma antologia com novos autores, mas cujo exemplar ainda não me chegou às mãos, e que tem igualmente um poema visual meu na capa, da mesma série de “O Poeta”.

A antologia é editada pela Escrituras Editora, de São Paulo, editora que onde também vou publicar, este mês, o meu segundo livro de poemas editado no Brasil - “ESTRATÉGIAS DO GOSTO”. O primeiro que publiquei, em 2009, igualmente pela Escrituras Editora, tem por título “TUDO POR TUDO”. E, já agora, relembro aqui a respectiva capa.



domingo, 4 de setembro de 2011



LONARTE 2011

Segundo Luís Guilherme, o organizador do evento, “ LONARTE é um projecto de arte pública, lançado pela Câmara Municipal da Calheta em parceria com a Galeria dos Prazeres e que visa dinamizar durante o período de verão a zona balnear deste município, o mais a oeste da Ilha da Madeira.”

“Pretende-se com este projecto, onde participam cerca de 40 artistas oriundos dos quatro cantos do mundo, demonstrar e divulgar a expressão artística como um instrumento privilegiado de intervenção social. Descentralizar a criação artística contemporânea através de um suporte e de um formato pouco habitual por forma a dinamizar com esta iniciativa cultural a promenade da Calheta.

A autarquia, ao desenvolver o projecto Lonarte, pretende que este se torne num instrumento preponderante na revitalização e humanização da Praia da Calheta…”

Durante os meses de Junho, Julho e Agosto, os visitantes desta praia tiveram a possibilidade de contactar com a obra de quatro dezenas de artistas internacionais, divididos em 3 séries de obras em tela plástica, cada uma com 480x100 cm, reproduzidas a partir de maquetas com dimensões dez vezes menores.

Os originais foram apresentados na Galeria dos Prazeres em simultâneo com a exposição das telas (Galeria na qual realizei uma exposição individual em Abril), que são uma oferta dos artistas à autarquia, destinando-se, em caso de venda, a instituições de solidariedade na região da Calheta.

Resta referir alguns dos participantes: António Júlio Duarte, Catarina Machado, Celso Caires, Pedro Calapez, Urbano, Cristina Ataíde, Fernando Aguiar, John Fadeff, Maria João Franco, Marcos Milewski, Ana Vidigal, António Barros, António Nelos, Kevin Brandy, Luís Amin, Silvestre Pestana e Wang Ping.

Junto às telas foram colocados desdobráveis referentes às mesmas, com a foto da obra, curriculum e um texto sobre o respectivo autor.
Para mais informações consultar o blog do evento: http://lonarte11.blogspot.com/









Fernando Aguiar, S/Titulo, 2011